
Entre os envolvidos estão o ministro Edison Lobão
(Minas e Energia) e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney
(PMDB) que teriam tirado proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres
da Petrobras.
A revelação dos nomes faz parte de um acordo de
delação premiada que Costa fechou no dia 22 de agosto com os procuradores da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que querem saber como os contratos da
Petrobras eram superfaturados e como o valor a mais retornava para os
políticos. Delação premiada é a figura jurídica na qual um réu conta o que sabe
à Justiça em troca de redução de pena.
Costa dizia na cela em que está preso na Polícia
Federal em Curitiba (PR) que não teria eleições neste ano se ele revelasse tudo
o que sabe. Os políticos receberiam, segundo Costa, 3% do valor dos contratos
da Petrobras na época em que ele era diretor de distribuição da estatal, entre
2004 e 2012. De acordo com Costa, a distribuição do dinheiro servia para
garantir que os partidos aliados continuassem a apoiar o Palácio do Planalto no
Congresso Nacional.
O depoimento chegou no começo desta semana ao STF
(Supremo Tribunal Federal) para que o ministro Teori Zavascki homologue o
acordo. Por envolver políticos, que têm direito a foro privilegiado, o caso
está sendo acompanhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Costa foi indicado pelo PP para a diretoria de
distribuição da Petrobras em 2004, ficou no cargo até 2012 e conseguiu apoios
no PT e PMDB. Dessa forma, Costa participou dos dois governos Lula e dos dois
primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
DELAÇÃO PREMIADA
Ele decidiu fazer um acordo de delação premiada
como os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato depois que a Polícia
Federal fez buscas e apreensões em 13 empresas que pertencem a sua filha, sua
mulher, seu genro e um amigo dele. Costa também estava em pânico com a perspectiva
de ser condenado a mais de 30 anos de prisão.
A maioria das empresas em que a PF fez buscas não
tinha atividade nem funcionários e serviam para receber propina de fornecedores
da Petrobras por meio de contratos falsos de consultoria, segundo os procuradores
da força-tarefa.
Em junho, a Suíça comunicou as autoridades
brasileiras de que Costa e seus familiares tinham US$ 23 milhões em contas
secretas naquele país. O ex-diretor havia negado à polícia que tinha recursos
no exterior. A existência das contas na Suíça foi o motivo alegado pelo juiz
federal Sergio Moro para decretar a prisão de Costa pela segunda vez, em 11 de
junho.
Costa foi diretor da Petrobras no período em que a
estatal começou uma de suas maiores obras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco,
que já consumiu US$ 18,5 bilhões (R$ 42,2 bilhões). A construção de Abreu e
Lima estava subordinada à diretoria ocupada por Costa na Petrobras.
As investigações da PF já haviam revelado a
existência de uma ampla rede de corrupção na Petrobras envolvendo funcionários
da empresa, grandes empreiteiras, doleiros e políticos importantes. Os
depoimentos de Paulo Roberto Costa estão sendo colhidos desde o dia 29 agosto
pela Política Federal. Ao todo, já são mais de 40 horas de conversas gravadas,
revela a revista.
As informações são da Folha de São Paulo.
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