Dra. Deildes Oliveira, médica do Uniplam |
Uma das principais causas de morte e
incapacitação física em todo o mundo, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs)
alcançaram uma taxa estimada em 18 milhões de casos novos somente no Brasil,
durante o último ano. Estima-se que até 2030 serão 23 milhões de novas
ocorrências de AVC no país, que pode se apresentar em homens e mulheres das
mais variadas faixas etárias. O próximo dia 29 de outubro é o Dia Mundial de
Combate ao Acidente Vascular Cerebral, instituído com o objetivo de alertar
a população sobre os riscos e como se prevenir de uma das principais causas de
mortes no Brasil. Essa data surge como um alerta para que as pessoas percebam
que é fundamental observar os principais sintomas como forma de evitar a
patologia.
Fraqueza ou adormecimento em apenas um lado
do corpo, dificuldades na fala e no raciocínio, desvio da musculatura da boca,
dor de cabeça intensa, perda da coordenação motora e elevação da pressão
arterial são sintomas comuns em pacientes com AVC. Eles acontecem de forma
súbita e exigem atendimento rápido, tão logo os sintomas sejam identificados.
O AVC é segmentado em 3 tipos que vão desde
episódios transitórios por um tempo de 2 a 5 minutos de paralisia em um vaso do
sistema nervoso central (o ataque isquêmico transitório), até casos de Acidente
Vascular Cerebral Isquêmico (Derrame Cerebral) ou AVC hemorrágico. Cerca de 10%
dos casos de AVC são do tipo hemorrágico, no entanto, este é o tipo com maior
incidência de morte e que acontece em pessoas com idade inferior a 60 anos.
“O AVC é mais frequente no sexo masculino, o
que corresponde a cerca de 51,6% dos pacientes, em idade entre 60 e 79 anos.
Por outro lado, os indivíduos mais jovens são os que mais apresentam AVC
hemorrágico. Por isso é importante que o paciente que apresentar qualquer um
dos sintomas seja levado imediatamente a uma urgência para evitar o
comprometimento físico ou a vida do paciente”,
explica a médica Deildes Oliveira.
Tratamento imediato e prevenção
É cada vez mais comum encontrar pessoas que
apresentem hipertensão arterial, diabetes, obesidade e sedentarismo. Segundo
dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre 2014 e 2015, o AVC
está na lista de aproximadamente 1 milhão de internações, junto com doenças
cardiovasculares e infartos.
Compondo esse grupo, Luiza Lima, que já fazia
tratamento de hipertensão arterial, teve um AVC em 2008, com apenas 39 anos.
Ela conta que os sintomas foram rapidamente identificados. “Foi tudo muito rápido. Eu
acordei sem conseguir falar, sem movimentar meu braço e a boca. Foi então que,
em menos de 15 minutos, meu marido me levou à uma urgência e foi diagnosticado
o AVC. Fiz tratamentos com fisioterapia, fonoaudiologia e, hoje, levo uma vida
normal, mas não descuido da pressão, faço exercícios físicos e tento manter uma
alimentação equilibrada para não ter esse problema novamente”, conta.
A médica Deildes Oliveira, responsável
técnico do Uniplam, explica que hipertensão arterial, tabagismo, excesso de
peso, sedentarismo, diabetes, doenças do coração, descontrole do colesterol,
uso de bebidas alcoólicas, estresse e problemas de saúde mental são os
principais fatores de risco para o AVC. Ela esclarece que todos esses fatores
podem ser prevenidos com medidas simples.
Os cuidados com a saúde e o bem-estar são
imprescindíveis em qualquer idade e a prevenção ainda é a principal forma de
evitar o AVC. “Além do acompanhamento de doenças, é importante conhecer os fatores de
risco e atender aos mecanismos de prevenção. Temos uma expectativa de vida
maior que aumenta as chances de algumas doenças, por isso, a partir dos 40 anos
é importante monitorar a saúde”, completa a médica.
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