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Não seria melhor a verdade logo que deixar
escorrendo essa angustia da incerteza prolongada?
Se o sigilo que ainda encobre esse mistério do quem
é quem na lista de políticos envolvidos nas roubalheiras que estão fazendo
sangrar aos olhos do mundo a Petrobrás não for quebrado até amanhã, sexta
feira, muitas ansiedades ambulantes ainda vagarão que nem almas penadas.
A má reputação do Parlamento, pela queda da
qualidade moral e intelectual e cívica na chamada representação popular, só tem
aumentado a cada nova legislatura.
Ainda toca nas rádios aquela musica dos Paralamas
do Sucesso chamada Luiz Inácio numa referencia à constatação do então Deputado
Lula da Silva de que entre os políticos que nos representavam havia “uns
trezentos picaretas”.
Ontem foi a vez do Ministro da Educação, Cid Gomes,
concluir nestas poucas semanas no cargo concluir que não há mais picaretas, mas
achacadores e que estes se contam em número maior – “uns quatrocentos”, segundo
o irmão do Ciro.
O sigilo sobre essa lista do apurado da rapadura
pela operação lava-jato seguirá causando calafrios e talvez até alguma dor de
consciência aos políticos envolvidos – sim, deve haver dentre eles alguns
sensíveis a alguma dor na consciência.
Tempos mais estressantes foram aqueles da ditadura
militar quando os boatos sobre novas cassações de mandatos irrompiam, tirando o
sono dos supostos cassáveis e também dos seus familiares.
No planalto central do País tem-se a impressão que
o sol demora a se por. E com um Palácio chamado Alvorada que hospeda sempre
alguém enquanto muito poderoso o amanhecer parece começar mais cedo, embora o
dia de trabalho transcorra ligeiro, sem mais demoras.
O Marechal Castelo Branco, o primeiro ditador de
plantão, era viúvo. Na elite politica de Brasília havia uma sogra de um
Deputado que por longos anos compartilhara amizade com a falecida do Marechal,
Dona Argentina. E por isso, Castelo nutria por ela muita estima.
Daí que sempre que a boataria ganhava corpo como os
lacerdinhas, aqueles tufões de poeira que irrompiam na Esplanada sem o verde de
agora, a sogra do Deputado não esperava o dia acabar de amanhecer para ir
checar com o Marechal se o seu genro estava em alguma lista.
Dizia-se que o golpe militar tomara de assalto o
poder no Brasil para acabar com o comunismo e com a corrupção. Portanto, quem
não fosse comunista nem corrupto poderia em tese seguir sossegado. O genro da
amiga de Dona Argentina não parecia ser nada disso, mas comprovadamente um
simpático boêmio boquirroto.
Na ultima vez em que amanheceu no Alvorada a
bondosa sogra não quis entrar em detalhes, mas vendo-a se aproximar o Marechal
Presidente cuidou de lhe dar um conselho – diz a ele para sumir. Quem
não é visto não é lembrado...
Ah quanta gente hoje em dia já não anda sumida para
não ser lembrada...
Havia em Brasília um Deputado da UDN de São Paulo
chamado Padre Godinho que, além de grande orador nos púlpitos quanto nas
tribunas, imitava com perfeição algumas vozes.
Dedo no discador e fone no ouvido ao mesmo tempo em
que saboreava seu uisquinho o Padre divertia-se à beça ao imitar com perfeição
a voz soprando esses do Marechal Castelo Branco.
Noutras vezes imitava com sotaque mineiro o José
Maria Alckmin, o Vice Presidente, que era informado de que tudo que se passava
no Governo. Naquele tempo.
esse dai que fica escrevendo cronicas, fica tentando da uma de bom moço, mas a verdade é que ele ajudou a familia coutinho a arrasar com caxias.