Por Edson Vidigal, Advogado, foi Presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho
da Justiça Federal.
A nossa querida
Presidenta, atualmente nem tão querida assim, que nunca antes se candidatara em
qualquer eleição nem mesmo em tempos mais formosos para Rainha das Rosas, já
estava no lucro ao fim do primeiro mandato e teria feito bonito se tivesse
chamado o Lula para ser o candidato a sucedê-la.
A farofa que ela
espalhou no ventilador da economia, o que acabou levando o País a temer o dia
seguinte, sobraria para o Lula caso fosse ele o eleito ou para outro da
oposição em condições até mais cômodas de limpar o cenário.
Não se
recandidatando não só estaria no lucro como também iria usufruir na história as
loas pelo bom exemplo de desprendimento pessoal às etéreas conquanto solúveis
missangas do poder.
Lula só por ser o
candidato a sucedê-la nunca diria o que tem pensado ultimamente em
arrependimentos algumas vezes em voz alta. Muito ao contrário discursaria
louvações ao seu charme de mulher brasileira.
Na sala de espera
de um gabinete num Tribunal encontrei um experiente advogado radiante com a
Presidenta que, horas antes, acabara de conhecer pessoalmente numa audiência
que ela concedera a uns dirigentes da OAB.
Na avaliação do
colega, a mulher que aparece durona passando tanto insegurança quanto arrogância
quando fala na televisão é outra sem nada a ver com aquela que ele acabara de
conhecer na audiência.
Contou que a
mulher é uma pessoa humilde, que ouve e anota, deixando o interlocutor à
vontade e seguro de que ela está mesmo dedicando toda a atenção ao momento. E
olha que esse colega não é de tietagens soltas pela aí. Nem com a Gal Costa.
Mudou o natal ou
mudei eu? Nem o próprio autor, Machado de Assis, nos legou resposta clara a tão
sempre atual dúvida.
De fato, eu lera
na véspera, em O Globo, num texto de Alan Gripp, que “se por alguma razão,
um brasileiro tivesse ficado completamente fora do ar nas ultimas 48 horas não
reconheceria a presidente Dilma Roussef que reapareceu ontem, depois das
manifestações que levaram multidões às ruas.” Etcétera.
Uai, não está
sendo agora voz geral que ela tem que mudar não só os rumos da economia, mas
também economizando palavrões e suavizando cinquenta tons do seu
jeito de ser, melhorar seu trato com os empresários e a base aliada?
Pura maldade com
uma pessoa que nunca pensou em ser Presidenta e porque nunca pensou nisso
também nunca se preparou para isso.
Se a Presidenta
fosse uma atriz de novela e estivesse encarnando um papel, por exemplo, de
menina malvada, talvez até convencesse mais.
Ora, ninguém muda
ninguém da noite para o dia no que a pessoa carrega, desde a infância, dentro
de si no seu jeito de ser, de pensar e de agir.
Mas a ordem do
criador, no caso o Lula, é amansar lapidando a criatura. Talvez seja o caso de
pedir autorização do Brizola para mandar de volta o Darcy Ribeiro.
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