A gente lê ou ouve
falar em tantos bilhões de reais, bilhão pra cá, bilhão pra lá, mas não faz
ideia do quanto se trabalha no Senado e na Câmara, ó gente, por esta nossa
Pátria mãe tão distraída.
Tira aí uma hora
incerta por dia, entre terça e quinta feira, só para assistires à TV Senado. Oh
quão agradável!
Dois bilhões e cem
milhões de reais são até pouco para cobrir a folha de pagamento dos que se
matam de trabalhar apoiando o trabalho insano de suas excelências, os nobres
senhores senadores.
Senadores do que?
Tu me perguntas e eu, indignado com esta tua curiosidade, te respondo –
Senadores da República!
Sabes o que é
isso, o que fazem ou para o que servem os Senadores na República? Ou para que
existe Senado na República?
Não vou te dizer
por que eu que pensava que sabia que achava ter aprendido isso tudo nas aulas
de Historia no curso clássico e depois em Teoria Geral do Estado e em Direito
Constitucional na faculdade, pois com isso tudo que anda rolando na República
eu acho é que não sei mais nada, ó meu.
Ou como diria o
Tom Zé, eu não sei de nada, eu não sei nada, eu não sei de nada, eu sou
inocente.
Estou sabendo é
que são três mil servidores servindo ativamente aos Senadores, sendo dois mil e
oitocentos comissionados, ou seja, os que ganham um pouco mais por causa da
comissão, e mais três mil terceirizados, aqueles que não são do quadro oficial,
mas que recebem todo mês através de uma empresa contratada.
Na Câmara dos
Deputados, é obvio, tem mais gente trabalhando do que no Senado, onde os
Senadores são oitenta e um. Os Deputados são quinhentos e treze.
Votamos neles e
eles nos representam muito bem, aleluia, amém? Amém. Aleluia!
Um bilhão e
oitocentos milhões custam os quinze mil, incluindo os comissionados, que
servem, e muito bem, diga-se de passagem, aos nossos deputados. Os
terceirizados que são poucos, são apenas três mil, custam só oitenta e cinco
milhões.
Entre os bilhões
do Senado e o bilhão e tanto da Câmara não se fala aqui no custo direto, quero
dizer a soma do custo individual de cada representante.
Não se fala aqui
no custo das moradias, dos salários, das verbas indenizatórias, dos
ressarcimentos das despesas com saúde, das passagens aéreas e outras coisas que
tais.
Li incrédulo que
rolou no Senado um ressarcimento por uma cirurgia de implante de uma prótese
peniana. Quer dizer, também nesses deleites somos nós, os voluntários da
Pátria, quem pagamos a conta.
No Senado, tem
firma contratada até para cuidar dos microfones pelos quais suas excelências
amplificam, fazendo chegar aos quatro cantos do País as reluzentes conclusões
dos seus inspirados pensamentos.
Claro que eu estou
me referindo aos esforçados flautistas, que não pensam no País, descuidistas da
República, que manipulam as funções do Parlamento e as atribuições da maioria,
que em nome da governabilidade conseguem sempre tornar refém o Presidente da
Republica, seja ele quem for.
Ainda bem, que
eles são uma minoria ínfima destinada a desaparecer gradualmente do nosso mapa
político, já a partir das próximas eleições.
Ou vamos então
querer que a desvergonha continue?
Mas como no
Parlamento nem tudo é só satisfação garantida, mesmo sem o nosso voto de volta,
a Câmara acaba de reservar quinze mil reais para desratização quadrimestral nos
seus prédios administrativos e estacionamentos.
E mais cinco mil
reais para a compra de arranjos florais.
É pouco.
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