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Cobrada pela Câmara Municipal de Caxias, diretoria da Equatorial Energia comparece a reunião com vereadores e se compromete em atender demandas

12.3.20

Após um intenso bombardeio dos vereadores caxienses, que cobram incisivamente por um atendimento digno por parte da Equatorial Energia Maranhão (antiga Cemar), finalmente a diretoria da empresa resolveu comparecer a uma reunião com os vereadores do município para ouvir as demandas e onde se comprometeram em apresentar soluções.

Presentes na reunião ocorrida no gabinete da presidência, na tarde desta quinta-feira (12), o presidente da Casa, vereador Catulé, os vereadores Mário Assunção e Antonio Ramos, e por parte da Equatorial Energia Maranhão, Sérgio Melo, do setor de Operações, e José Jorge Leite Soares, da área de Atendimento Institucional, além de engenheiros e técnicos da gerência da empresa na região.

Catulé começou a reunião explicando que as críticas e cobranças feitas à empresa nos últimos meses deram-se por conta do tratamento da Equatorial Energia no âmbito do município, onde a empresa se negou a participar de uma audiência pública para discutir os graves e incômodos problemas que ocorrem na cidade, tanto na sede do município, e mais ainda na zona rural, onde foi relatado o histórico de má prestação de serviço no povoado Nazaré do Bruno, o maior do município.

"As reclamações da população contra a energia da Equatorial chegam até nós, insistentemente, todos os dias. O serviço que nos oferecem é péssimo e temos a energia mais cara do país. Então, não podíamos suportar isso calados, uma vez que a Câmara Municipal é a representação legítima do povo caxiense e, em decorrência disso, vínhamos batendo forte contra a Equatorial. E assim, nós queríamos, não só, essa gerência regional nos ouvindo, mas nos avistarmos com a direção, os diretores que comandam a empresa, que têm o real poder de decisão para garantir um serviço melhor de energia à nossa cidade", destacou depois da reunião.

Aparentemente atento as demandas do poder legislativo, o diretor de Operações da Equatorial, Sérgio Melo, que trouxe vários membros da diretoria da empresa para fazer um apanhado dos problemas mais sérios existentes no município, mostrou-se bastante sensível aos reclames dos vereadores e comprometeu-se a buscar soluções. "Os vereadores e a população têm todo o direito de reclamar, e nós, com um pedido de desculpas, temos a obrigação de oferecer o melhor para nossos clientes. Somos uma empresa privada que realiza a prestação de serviço público, e quando nosso consumidor reclama, acha que algo não está certo, que está ocorrendo algumas falhas, nossa obrigação é atendê-lo com a maior presteza possível. Passamos o dia no município, já identificamos as falhas que precisamos aperfeiçoar e já estamos trabalhando de forma continuada para, com uma série de ações, inclusive realização de algumas obras, passarmos a ofertar energia com mais qualidade no município", garantiu ele.

O diretor de Relações Interinstitucionais da Equatorial, José Jorge Leite Soares, um ex-deputado estadual que sabe que o diálogo junto ao poder legislativo é o melhor caminho para estancar as críticas dos parlamentares caxienses, que já estava ganhando as manchetes de blogs e sites do Maranhão e do Piauí, garantiu que a presença do corpo administrativo da empresa na cidade era para garantir a prestação de um bom serviço, principalmente porque é do fornecimento de energia que a empresa sobrevive. "Hoje tivemos uma reunião bastante produtiva. Pela manhã, estivemos no Balneário Veneza, que é uma região de grande demanda de energia intermitente, sobretudo nos finais de semana, onde já estamos restaurando os equipamentos, para que não ocorram mais a falhas que eventualmente vinham ocorrendo. Fomos também visitar um ponto de suprimento que está sendo construído por uma empresa que participou do leilão para instalar mais uma substação muito importante para o desenvolvimento de Caxias, que vai permitir que o município possa crescer e a se desenvolver mais, fazer uma distribuição melhor", assegurou.

Os diretores também garantiram que a poda das árvores terá uma atenção especial, haja vista que esse problema ocasiona muitas interrupções de energia, principalmente na zona rural.

Os vereadores Mário Assunção e Antonio Ramos apresentaram à equipe da Equatorial diversas situações que prejudicam o serviço de energia na zona rural. As povoações que costumam ficar sem energia por causa de transformadores que se tornaram ineficientes para suprir as necessidades com o aumento de moradias, por exemplo, foi uma delas. Outra reivindicação foi pedir o aumento das ligações do programa de ligações sociais de baixa renda na zona rural.

Ambos diretores da Equatorial asseguraram que os problemas de queda de energia nas povoações rurais devem ser resolvidos com novos investimentos que a empresa pretende realizar ainda este ano no município, e que estão previstas também cerca de 10 mil novas ligações para o programa da taxa social de baixa renda. A Equatorial, na avaliação dos dois, não tem interesse em desperdiçar clientes, bastando que os vereadores e a prefeitura, através da área de assistência social, regularize o cadastramento das famílias que serão beneficiadas. "Sabemos da importância que representa uma energia de mais baixo custo na zona rural, pois uma conta de energia mais cara prejudica o desenvolvimento da economia do município", ressaltou o diretor de operações Sérgio Melo.

Quanto às povoações que passaram por crescimento e, por conta disso, sofrem com a baixa oferta de energia, ocasionando quedas no fornecimento, basta que os vereadores ajudem a equipe que a empresa irá demandar para região, com a finalidade de realizar um novo recadastramento de consumidores, trabalho que será importante para o redimensionamento dos equipamentos que serão substituídos na zona rural, de modo a assegurar uma oferta de energia de qualidade.

A questão da empresa que invadiu a área de proteção ambiental do Inhamum, para instalar uma subestação de energia a ser utilizada pela Equatorial em Caxias, também mereceu algumas considerações durante o encontro. O vereador Catulé disse que a subestação será bem recebida e é importante para Caxias se desenvolver. "Só não podemos aceitar é que ela seja construída numa área de proteção ambiental. A empresa Arteon Energia Z2 já foi inclusive autuada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, de sorte que lá, no Inhamum, ela não poderá fazer nada. Temos amparo da lei e vamos discutir esse assunto brevemente numa audiência com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente", garantiu aos diretores da Equatorial.

No fim da reunião, ao dizer que ficou satisfeito com o encontro, o presidente Catulé fez, no entanto, a seguinte observação: "Eles disseram que vão dar atenção especial à cidade de Caxias. Não só à cidade, como também à zona rural. Eles nos disseram que já começaram a desenvolver um trabalho. Mas nós vamos continuar vigilantes, aguardando eles cumprirem o que aqui prometeram na presidência desta casa", destacou.

Quando ainda era Cemar - Centrais Elétricas do Maranhão, a Equatorial Energia participou de várias audiências públicas na Câmara Municipal de Caxias, onde as promessas de melhoria nos serviços eram sempre feitas, mas que muitas vezes se tratavam apenas de dar satisfação aos vereadores e a sociedade.

As demandas existem e são gritantes, resta saber se a Equatorial Energia quer ver um aumento dos reclames da população ou prestar um serviço que os consumidores esperam, e pagam por isso.

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