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‘Me jogaram uma granada sem pino’, diz Weverton, relator da indicação de Messias no Senado

28.11.25

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), escolhido relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal, comparou a função à de segurar uma “granada sem pino”. Caberá a ele fazer um parecer recomendando aos colegas que aprovem ou rejeitem o nome escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar a vaga aberta na Corte.

— Me jogaram uma granada sem pino — disse Weverton, em tom de brincadeira, antes de entrar para uma reunião com Messias na manhã desta quinta-feira.

“Quando eu disse que jogaram uma granada sem pino, eu percebi que há um movimento forte… que não vai ser fácil. As últimas indicações não foram fáceis. Se pegarem (de exemplo) André Mendonça e Flávio Dino, eles passaram com poucos votos de diferença (na votação no Senado). O PGR, a mesma coisa. Agora vou atrás do pino para não deixar essa granada explodir”, declarou Weverton, referindo-se ao procurador-geral da República, cuja nomeação ou recondução também depende de aprovação no Senado.

O senador maranhense disse que recebeu uma “missão difícil”. Weverton recebeu Messias em seu gabinete no período da manhã e ambos conversaram à sós por mais de uma hora. Depois do encontro, o senador do PDT disse que irá procurar Alcolumbre ainda nesta quinta para tentar distencionar a relação.

“Eu fiquei honrado com a missão, que é uma missão, todos sabem que é uma missão difícil, obviamente, até pelo clima. Estamos aí em um ano que já está praticamente num calendário eleitoral, e com isso acaba repercutindo também em muitos movimentos. Eu vou entender de verdade como que está o ambiente da Casa e vamos trabalhar”, disse Weverton a jornalistas.

Vice-líder do governo, Weverton estava em Roma quando soube da decisão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), de entregar a relatoria a ele. O parlamentar disse que ainda não conseguiu se inteirar de todos os movimentos que cercam a disputa envolvendo o nome de Messias.

Weverton foi escolhido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) Otto Alencar (PSD-BA) em conjunto com o presidente da Casa. A sabatina e a votação está marcada já para 10 de dezembro, um prazo apertado para que Messias reverta a desaprovação dos senadores.

O advogado-geral da União sofre resistências de senadores, que preferiam a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na vaga. Messias tem se encontrado com senadores desde o início da semana para tentar convencê-los a apoiá-lo. O indicado de Lula já iniciou o chamado “beija-mão” no Senado e se reuniu, até o momento, com os líderes do PSD, MDB, além do relator. Na noite de quarta-feira, disse acreditar que terá um encontro com Alcolumbre “no momento certo” e negou que haja uma briga com o presidente do Senado.

A ofensiva ocorre sob a pressão imposta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que marcou a sabatina para 10 de dezembro, apenas nove dias após a leitura da mensagem presidencial. A decisão comprimiu o tempo de atuação do Planalto, que perdeu margem para permitir que o indicado percorra gabinetes, converse individualmente com parlamentares e contorne resistências criadas pela forma como Lula conduziu a escolha. (O Globo)

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