Caxias aparece entre os municípios maranhenses com maior número de denúncias registradas.
No ano em que o Ligue 180 completa duas décadas como o principal canal nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, Caxias aparece entre os municípios maranhenses com maior número de denúncias registradas. Dados recentes da Ouvidoria Estadual da Mulher, referentes ao período de junho a novembro de 2025, mostram que o município contabilizou 65 denúncias, reforçando a relevância do serviço também no interior do estado.
Criado em 2005, o 180 tornou-se uma porta de entrada essencial para mulheres em situação de violência, oferecendo atendimento gratuito, sigiloso e contínuo. Somente até outubro deste ano, o painel nacional registrou 116.893 atendimentos, 126.455 denúncias e 526.248 episódios de violência, evidenciando a alta procura e a importância da ferramenta para romper ciclos de agressão.
Maranhão integra o 180 à nova estrutura estadual
Em 2025, o Maranhão passou a contar com uma articulação inédita: a Ouvidoria Estadual da Mulher, ligada à Secretaria de Estado das Mulheres (Semu), tornou-se oficialmente o ponto focal do 180 no estado. Na prática, isso significa que as denúncias feitas pelo canal nacional passam a ser repassadas diretamente à rede estadual, agilizando o encaminhamento das vítimas e fortalecendo a resposta local.
Para a secretária de Estado das Mulheres, Abigail Cunha, essa integração eleva a capacidade de atendimento. “O Maranhão passa a responder de forma mais rápida, mais preparada e mais humana. Integrar o 180 à nossa atuação significa garantir que a denúncia não pare no telefone. Ela chega à rede, chega às equipes e se transforma em proteção real”, destacou.
Caxias entre os municípios com mais denúncias
Entre os 1.955 registros feitos no estado no período analisado, distribuídos por 161 municípios, Caxias aparece com 65 denúncias, atrás apenas de São Luís (828), São José de Ribamar (135), Imperatriz (102) e Paço do Lumiar (94). O número coloca o município no grupo das cidades com maior incidência de relatos de violência, reforçando a necessidade de atenção às mulheres caxienses.
Os dados também revelam quem são as principais vítimas: mulheres pardas seguem como o grupo mais atingido, seguidas por brancas e pretas. A faixa etária predominante está entre 18 e 39 anos, embora haja registros envolvendo adolescentes, idosas e, em menor proporção, crianças — indicador de que a violência de gênero atravessa gerações e contextos sociais.
Interiorização amplia acesso e encoraja denúncias
Apesar do volume expressivo de casos, especialistas apontam que o aumento das denúncias não reflete necessariamente crescimento da violência, mas sim o aprofundamento das políticas públicas. A Semu tem ampliado sua presença no interior por meio de caravanas, ações educativas, pactuações municipais e serviços itinerantes, como a Carreta da Mulher Maranhense, aproximando a rede de proteção da população.
Essa interiorização também explica o alcance de 74,19% dos municípios maranhenses, resultando em um cenário mais transparente e conectado às realidades locais.
180: 20 anos de um serviço indispensável
Ao completar 20 anos, o Ligue 180 demonstra que continua indispensável no Brasil. No Maranhão, a integração com a Ouvidoria Estadual da Mulher fortalece a capilaridade e a efetividade do canal, garantindo encaminhamento mais rápido e humanizado às vítimas.
Para Caxias, os números reforçam dois pontos: a urgência do enfrentamento à violência contra a mulher e a importância de uma rede estadual ativa, que escuta, acolhe e rompe barreiras históricas de silêncio.
(Com informações da Secom/ Governo do Maranhão)


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