Cadeira da presidência da
Câmara: todos
querem sentar nela
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Desde que o vereador Mário Assunção deu o
pontapé inicial sobre a sucessão da mesa diretora da Câmara Municipal, em
discurso realizado na última segunda-feira, 21, o assunto tomou a agenda
política da cidade.
Nem mesmo a eleição para a presidência da
Assembleia Legislativa, que o deputado estadual Humberto Coutinho é candidato,
e os políticos locais naturalmente tem bastante interesse, conseguiu tirar a
atenção dos edis caxienses para o próprio umbigo.
O sentimento de mudança relatado por Mário
Assunção no discurso do último dia 21 continua predominando entre os vereadores
tupiniquins.
Tenho conversado com vários parlamentares ao
logo da semana e senti deles que isso [o sentimento da mudança] é pra valer. “Temos
que dar um novo rumo pros destinos da Câmara Municipal” confidenciou-se
um vereador. “Falta liberdade para muitos aqui e temos ainda uma gestão fechada
demais na Casa”, disse-me outro.
Todos que me comentam sobre a eleição na
Câmara o fazem na condição do anonimato, daí a não publicação dos seus
respectivos nomes nas falas que constam nesta postagem.
Intensas reuniões aconteceram desde o início
dos debates sobre a eleição da Câmara. Mário Assunção ganhou larga vantagem,
pois ao declarar-se candidato, mostrou-se pronto pra briga, enquanto Ana Lúcia
Ximenes, naturalmente candidata a reeleição, não se pronunciou sobre o assunto.
“Ela
não tem encontrado amparo entre nós, pois sua gestão é muito fechada”,
declarou um antigo aliado de Ana Lúcia e que hoje defende a alternância nos
destinos do parlamento.
Para se ter uma ideia da ampla vantagem que
Mário Assunção leva na presente disputa, na manhã desta quinta-feira, 23, uma
reunião feita com aqueles que o apoiam chegou ao número de 12 parlamentares
presentes. Tentando fazer um contraponto, Ana Lúcia Ximenes também tentou
arregimentar apoiadores para sua tentativa de reeleição, mas apenas 3
parlamentares da base governista compareceram a uma reunião convocada por ela
e, mesmo assim, 2 deles são simpáticos a candidatura de Assunção.
Conversei com um dos edis que estiveram com a
atual presidente do legislativo e o mesmo saiu de lá com a impressão de que Ana
Lúcia está só na disputa.
“Ela chegou a fazer uma espécie de prestação
de contas da Câmara e disse que os recursos são escassos”, contou-me o
parlamentar para em seguida falar da incoerência da presidente: “me
pediu o apoio e disse que tudo irá melhorar caso seja reeleita, mas eu não
entendo por só agora que ela promete isso”.
Outro ponto contra a presidente é a sua forma
de tratamento com os colegas, tanto de oposição quanto de situação. Já ouvi incontáveis
vezes que muitos deles não se sentem bem com a forma que ela os trata.
DIVISÃO DA BASE GOVERNISTA FAVORECE CANDIDATURA OPOSICIONISTA
Sentindo o cheiro forte de queimado no ar, a
oposição na Casa do Povo se anima e ensaia lançar um nome para a sucessão de
Ana Lúcia.
Muitos podem achar isso impossível diante do
número reduzido de oposicionistas, mas sendo a situação composta de 14
integrantes, um racha entre eles, que resultaria em 7 votos para cada lado, uma
candidatura oposicionista só precisaria de 2 dissidentes para fazer o novo
presidente, o que seria o pior dos mundos para o governo municipal.
A guerra de bastidores é intensa e o clima tende
a se acirrar ainda mais entre os vereadores.
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