Minha Figura

Artigo - A tragédia decorrente do engodo

9.2.14
Por Chico Leitoa, engenheiro

Conta-se que numa determinada Cidade, rondava um maníaco que estrangulava meninos e meninas, principalmente criancinhas. Um jovem casal de classe média acabara de ter o primeiro filho. Precisaram ir na mercearia em frente à residência. Era dia de folga da babá, e resolveram deixar o cachorro próximo ao berço e foram rapidamente ao Comércio e logo retornaram, ao entrarem em casa, o cachorro estava próximo à porta, com a boca ensangüentada. O homem sacou de uma arma e desferiu vários tiros, contra o cão. Desesperados, adentraram no quarto da criança, que brincava sozinha, segurando as pernas com as mãos e sorrindo. Ao lado do berço, o maníaco estava morto, estrangulado pelos dentes afiados do cão. O homem voltou rapidamente para tentar salvar o cão. Era tarde demais, ele teve morte instantânea. O homem desesperado abraçava o cachorro, agora todo ensangüentado, que acabara de salvar seu filho da ação do maníaco.

O homem agiu por instinto, se deixou levar pela aparência e mergulhou num erro irreparável. Não deu chance ao cão e lhe condenou à morte. O cão agiu por instinto e salvou a criança. Se tivesse sido dado a ele o direito elementar de simples defesa, o homem o teria abraçado , mas sem as balas fatais no corpo. E por sua vez não carregaria para sempre esse horrível peso na consciência pela tragédia.

Todos nós temos a tendência natural de nos deixar levar por aparências ou informações nem sempre verdadeiras e normalmente carregadas de malícias. É preciso ter cautela, pois além do risco de injustiças, podemos nos conduzir movidos por inverdades. Temos que pelo menos duvidar de algumas afirmativas proferidas às vezes de forma maldosa.”E na dúvida, não condene”.

A imagem de alguém ou de alguma coisa é formada a partir das informações concebidas como verdadeiras. Ao conceber uma mentira como verdade e vice-versa, deforma-se imagens, envereda-se por caminhos definidos pelos outros e passamos a funcionar como instrumentos de suas vontades, com os riscos respectivos. Desconfie de fontes que da noite para o dia invertem posições. No dia seguinte elas podem inverter novamente. É sintomático. E você pode está sendo induzido a erro que pode ser irreparável.

...Um amigo de infância, de uma ora para outra passou a não me cumprimentar mais. Não entendi direito pois o cara nem político é e nem nunca foi e nunca tivemos nenhum problema, pelo contrário.Adotei mais uma vez a premissa de que o tempo constrói e destrói tudo. Passados alguns anos, provocado por outro amigo, ficamos frente a frente e ele, depois de alguns minutos de silêncio, falou: Chico, um tempo ai uma figura me fez criar uma raiva tão grande de ti que eu nem sei do que eu seria capaz. Depois, com o desenrolar dos acontecimentos, eu passei a perceber que eu entrei na estratégia daquele cabra, que era jogar contra você todos quanto possível, principalmente os mais próximos.

Tomei a palavra e disse: mas essa é a estratégia de todos os fracos, a mentira e a calunia são suas armas, e enquanto dura suas investidas, o estrago é grande e pode ter contornos trágicos. E ele: é, poderia ter acontecido inclusive uma tragédia.Desfeita a maldade, restabelecida a verdade, retornamos à convivência que nunca deveria ter sido interrompida.

Nem sempre isso é possível, e às vezes, a duração do engodo, por menor que seja, pode provocar tragédia ou seqüelas irreparáveis e deixa marcas difíceis ou impossíveis de apagar. Mas, os que optam pela calunia, mentira e difamação, como forma de sobrevivência , têm sempre alguém que lhes dão ouvidos e são induzidos a cometerem injustiças por instinto. Olha o cão...

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