Os
números de uma pesquisa sem pé nem cabeça medindo o humor do eleitorado
caxiense é a mais nova esperança do que restou do grupo Coutinho na cidade. Os
números apresentados não se sustentam diante das omissões encontradas.
Divulgada
nesta terça-feira, 11, no blog do jornalista Ricardo Marques, a suposta pesquisa
de opinião sobre as eleições do próximo ano serviu para traçar cenários pró-Cleide
Coutinho, bem como a viabilidade da sua candidatura a prefeita e ao mesmo tempo
serviu para apresentar dificuldades para o prefeito de Caxias, Fábio Gentil.
Tendo a
hipotética sondagem mostrado o prefeito Fábio Gentil com apenas 5 pontos
percentuais de vantagem sobre Cleide Coutinho, quem 'vazou' os números para o
blogueiro caxiense esqueceu até da possibilidade de ensaiar a clássica citação
da existência de um empate técnico, podendo perfeitamente a deputada estar a
frente de Fábio Gentil, num cenário que soaria mais ridículo ainda, vindo daí o
cuidado que tiveram para não correr o risco de prejudicar a encomenda.
Sem
identificação do instituto (seria um ‘renomado’ da capital), nem a
identificação do contratante (seria um partido político), também não foram
divulgados o número de entrevistados, os bairros que teriam sido visitados e
muito menos a data das entrevistas.
A fake
news também recebeu uma postagem do blogueiro John Cutrim, que analisou a
publicação de Ricardo Marques acrescentando “outro dado importante”
da tal pesquisa e dizendo que “a união de Cleide Coutinho (35%) e Paulo
Marinho Jr. (20%) definiria a eleição em Caxias”.
A
justiça eleitoral determina que toda pesquisa feita em ano eleitoral deve ser
registrada no TRE e conter o período de realização da coleta de dados: a margem
de erro; o nível de confiança; o número de entrevistas; o nome da entidade ou
da empresa que a realizou e, se for o caso, de quem a contratou e o número de
registro da pesquisa. A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime,
punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor de R$ 53.205,00 a
R$ 106.410,00.
Como não
estamos em ano eleitoral, uma pesquisa não precisa necessariamente cumprir
todas as regras do TRE, mas pelo menos as informações básicas devem ser
cumpridas, o que serviria para dar a ela um mínimo de credibilidade.
Mas como
credibilidade na divulgação de pesquisa nunca foi o forte de muitos escribas em
Caxias, o episódio nos faz lembrar a maciça divulgação de pesquisas eleitorais
em 2016 sobre as eleições no município.
Os
mesmos que divulgaram agora uma pesquisa totalmente desfavorável para Fábio
Gentil foram os mesmos que alardeavam uma vitória esmagadora de Léo Coutinho
naquele pleito.
Dá pra
confiar?
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