Um
plano ardiloso está sendo colocado em prática pelo atual grupo dominante da
cidade como forma de garantir um pequeno público nas sessões do parlamento
local.
O
plano consiste em mudar as sessões ordinárias da Câmara Municipal das 18:00h,
horário consagrado por décadas, para as primeiras horas da manhã.
Sendo
realizadas desde sempre no início da noite, as sessões nesse horário garantem
um público considerável, pois as pessoas que frequentemente assistem os debates
legislativos estão saindo do trabalho e podem participar das reuniões dos
parlamentares após o expediente.
Para
os vereadores, o horário noturno garante a realização dos seus afazeres
particulares e também políticos durante o dia, e uma atividade parlamentar também entre
as 18:00 e 20:00hs.
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Público na Câmara já é pequeno com sessões noturnas e
sendo pela
manhã esse número será bem menor
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Sendo
transferida para o horário matutino, quando os trabalhadores não poderão
participar, haja vista que estão em pleno horário de expediente, as sessões não
terão a participação de quem está empregado. As únicas ‘categorias’ que poderiam
estar presente nas sessões seriam a dos desocupados e desempregados, o que não seria
lá grande coisa.
A
‘proposta’ sobre a mudança do horário não está agradando a ninguém. Dos 14
vereadores governistas, 3 deles que já foram incentivados a apresentar o pedido
para discussão trataram de pular fora do barco. “Sabá, como é que eu vou cuidar
das minhas obrigações, dos meus negócios e da minha peregrinação nas
secretarias do município, cuja maioria só funciona pela manhã, para estar na
Câmara?”, questiona um dos vereadores governistas que disse que não irá
assumir a ingrata missão.
“Será
um tiro no pé”, garante outro parlamentar na condição do anonimato. “Tudo
isso é para que o público nas sessões seja pequeno e poucas pessoas possam
ouvir as denúncias da oposição”, acrescenta o vereador que, mesmo sendo
governista, não concorda com a manobra.
O
argumento que inevitavelmente será usado, de que a Assembleia Legislativa faz suas
sessões pela manhã, é descabido. A estrutura que um deputado estadual possui
para exercer se mandato, com vários assessores e uma verba de gabinete considerável
faz parecer piada a provável comparação.
Caso
a medida seja realmente colocada em prática, a Câmara de Vereadores de Caxias
mergulha de vez na escuridão.
O
afastamento do público das sessões legislativas vem a somar com a falta de
transparência das despesas feitas pelo legislativo caxiense.
Com
um Portal da Transparência que remonta ao tempo das cavernas, o cidadão não tem
acesso aos gastos desse poder e não consegue saber a destinação de R$ 600 mil
reais mensais que a Câmara Municipal recebe.
Talvez
o atual governo do município consiga afastar o povo das sessões do parlamento.
Será
uma vitória e tanto para o Palácio da Cidade.
Poderá
ser também uma pá de cal na base aliada que demonstra estar pro que der e vier
para servir ao governo.
O
resultado da manobra será visto nas urnas em 2016...
Esses vereadores, pelo salário e benesses que tem devem trabalhar 40 horas semanais como todos os outros funcionários. Ninguém botou arma na cabeça deles para serem vereadores, entram por que querem. O povo deveria iniciar uma grande manifestação para que fosse criada uma lei que obrigasse esse pessoal a dar expediente a semana inteira. É um absurdo. Aparecem duas vezes na câmara (isso quando vão), passam poucas horas e ainda recebem todo esse volume de dinheiro. Ninguém vê nada que esses vereadores produzem. Fala sério!