Tem gente que acredita em Papai Noel. Outros que a terra é plana e muitos até nas previsões de cigana e de pai de santo, mas poucos, muito poucos acreditaram na versão apresentada pelo diretor do Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Caxias, engenheiro Arnaldo Arruda, para o inédito corte de energia na sede da empresa ocorrido nesta quarta-feira, 21.
Imagem
da entrevista
foi de baixa qualidade por conta do apagão na sede da empresa |
Após o burburinho provocado com a infame notícia e a repercussão negativa do caso, eis que o vereador Professor Chiquinho teve a brilhante ideia de ‘entrevistar’ o diretor da autarquia em buscas de esclarecimentos sobre o ocorrido.
Na entrevista, onde não se viu questionamentos lógicos e nem cobranças firmes, o diretor fez uma doce e suave explanação sobre o caso e pintou a Equatorial Energia como o verdadeiro bicho papão da história.
Divulgada no perfil do parlamentar na rede social Instagram, a entrevista é mais um passo para Professor Chiquinho sair da condição de líder informal do prefeito Fábio Gentil para a tão esperada liderança do governo na Câmara. O esforço feito pelo vereador nos últimos dias é uma forma de manter e garantir mais espaços no governo depois da ousadia de apoiar Catulé Júnior nas últimas eleições estaduais, o que tem dado certo até o momento.
Nas explicações do diretor, todo o problema teria se iniciado com a pandemia do coronavírus, onde a conta de energia aumentou de forma exponencial. “Tudo começou por causa da pandemia, onde os custos da energia aumentaram de forma absurda, inclusive com a implantação de bandeiras de escassez hídrica, onde aumentou em mais de 1 milhão o valor das faturas pra gente, e nós não poderíamos naquele momento aumentar a tarifa de água e também efetuar cortes”, explicou-se o diretor.
Segundo Arnaldo Arruda, houve tentativa de negociação com a Equatorial, mas sem sucesso. “Então esse desequilíbrio aconteceu e o SAAE tentou negociar com a Equatorial e na época não foi dada condição nenhuma de parcelamento ou prazo”, continuou o diretor.
Diante da recusa em negociar, segundo o diretor, a justiça teria sido acionada para dirimir a questão. “Com isso a gente ingressou na justiça pedindo de forma judicial um acordo assim como ela faz com vários municípios”, justificou.
Explicações do diretor não se sustentam |
“Essa situação da pandemia não é só do SAAE de Caxias. Vários municípios do Maranhão e outros estados estão com liminares e acordos judiciais por conta desse desequilíbrio que houve”, sustentou Arruda que chegou a afirmar que a autarquia estava pagando as faturas de energia todos os meses. “E a gente foi surpreendido porque o acordo que foi feito está sendo cumprido”. “A Equatorial em momento algum chegou para o diálogo pra gente resolver de forma administrativa e sim fez esse desrespeito com a população de cortar a energia sem sequer tentar resolver de forma administrativa”, disse usando a liminar obtida como prova para os seus argumentos. “Tanto é que a gente provou isso junto a justiça que deu essa liminar de religação”.
Bem, não tenho como duvidar do argumento do diretor da autarquia que empresas congêneres Maranhão afora estejam funcionando com liminares ou com acordos judiciais, mas a única que teve a energia cortada foi a empresa caxiense.
Se a justificativa do diretor caxiense é a pandemia, a mesma foi uniforme em todo o Brasil.
Sendo a pandemia causa e efeito dos problemas enfrentados pelo SAAE caxiense, não se tem notícia de corte de energia em Timon, Codó, Bacabal, Coelho Neto, no Oiapoque e nem no Chuí em empresas similares.
Bastante educado e atencioso com todos, o engenheiro Arnaldo Arruda é tido como competente desde o seu trabalho no SAAE durante a gestão do ex-prefeito Léo Coutinho.
Aproveitado pelo prefeito Fábio Gentil desde o início do seu primeiro governo, tem tido um trabalho satisfatório até esse triste episódio.
Com um histórico de bons serviços prestados à população caxiense, o SAAE do município tem enfrentados algumas dificuldades desde a sua criação em 1961.
Essas dificuldades enfrentadas ao longo do tempo nunca foram creditadas para os gestores e técnicos da autarquia, mas sim para a forma que determinados prefeitos tratavam o órgão.
Foi na gestão do engenheiro Carlos Alberto Martins, durante o primeiro mandato do então prefeito Humberto Coutinho, que a autarquia recebeu a mais profissional das gestões desde a sua criação.
Com a substituição dos canos de amianto na cidade, que provocavam constantes interrupções no fornecimento de água e encareciam o custo de pessoal, a autarquia tornou-se superavitária e passou a ser exemplo para outras cidades do nordeste.
Infelizmente, nem todo o sucesso financeiro alcançado nos últimos anos pela autarquia foram suficientes para evitar esse lamentável episódio que mancha a reputação da empresa.
Será muito difícil o SAAE Caxias voltar a ser exemplo a ser seguido por outras empresas de abastecimento de água de qualquer lugar.
A
energia pode ter voltado, mas o brilho nunca mais será mais o mesmo...
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