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CRIME AMBIENTAL – Caxias ensina como destruir um riacho

8.9.19
Colocação de entulho garante o aterramento da área

Em 04 de maio de 2015, com o título “Crime ambiental afronta autoridades em Caxias – Riacho São José sofre (mais um) grave dano ambiental”, este blog denunciou o intenso trabalho de destruição do Riacho São José (reveja aqui). Na postagem feita em 2015, mostramos a tentativa de “entupir” o riacho, uma vez que a colocação de entulho nas suas margens, na altura da Rua do Matadouro, próximo ao centro da cidade, é um flagrante de crime ambiental feito em plena luz do dia há vários anos.

Na época que o Blog do Sabá trouxe o assunto para reflexão de todos, o prefeito de então, Léo Coutinho, nada fez para frear o dano ambiental, sendo que apenas o vereador Luís Lacerda registrou o assunto na tribuna da Câmara pedindo providências que nunca foram feitas.

Veja trecho da matéria publicada em 2015:

O flagrante do crime ambiental não está sendo feito na calada da noite em um lugar de difícil aceso, mas a luz do dia e com todo mundo assistindo ao vivo e a cores.

O caso já acontece há alguns meses, mas nos últimos dias o autor, ou os autores, estão destruindo as margens do riacho a todo vapor.

Antes da ponte sobre o riacho localizada no início da Rua do Matadouro, na via que dá acesso a Vila Arias e ao residencial Sabiá, alguém joga entulho de construções a fim de aterrar uma grande área próxima a margem direita do riacho.

Mas não se trata de aterramento até o limite permitido por lei, que é de 30 metros da margem, mas sim a coisa de 5 ou 6 metros do combalido riacho.

Primeiro, o autor da façanha aterrou uma área onde fez uma construção que tanto pode ser usada como garagem ou como comércio.

Como nenhuma autoridade fez nada, o insensível continuou com seu trabalho de “entupir” o riacho.

Há cerca de 20 dias, uma considerável quantidade de entulho foi colocada próximo a margem direita do riacho a espera de um trator para empurrar o material, o que acabou acontecendo na última sexta-feira, dia 1º.

Na postagem de 2015, citei o Código Florestal e o que o mesmo estipulava como área de preservação nas margens de rios:

Considera-se área de preservação permanente nas margens de rios e riachos, sendo eles de menos de 10 metros de largura (onde se enquadra o riacho São José), de 30 (trinta) metros.

A estratégia usada em 2015, de colocar entulho nas margens do riacho para garantir uma edificação no futuro, continua a todo vapor e avançando cada vez mais em direção àquele que um dia teve tanta importância, mas que agora é apenas um agonizante veio d’água.

O Riacho São José, juntamente com o Riacho do Ponte, são considerados pelos caxienses como patrimônio cultural, uma vez que faz parte da vida de várias gerações que tinha nas suas águas perenes e límpidas a alegria nos finais de semana.

Nesta segunda-feira, 09, a Câmara Municipal realizará audiência pública para debater o meio ambiente.

Será uma ótima oportunidade, e talvez a última, para que a agressão ao Riacho São José chegue ao fim.

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