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Vereador Jerônimo quer frente parlamentar de apoio aos deficientes de Caxias

27.8.19


Em projeto-lei apresentado na sessão de segunda-feira (19), assinado também pelo vereador Darlan Almeida (PHS), o vereador Jerônimo Ferreira (PMN) voltou a pedir o apoio de toda a bancada de vereadores da Câmara de Caxias para a criação de uma Frente Parlamentar de Apoio a Pessoas com Deficiência, Crianças e Adolescentes, de forma a incluí-las com mais presença no contexto das políticas de assistência social do município. Jerônimo lembrou que no início da volta do recesso já tinha aprovado na casa um requerimento propondo a inclusão das frentes parlamentares no texto do Regimento Interno da CMC, que era omisso em relação ao tema, e conclamou os colegas a abraçar fortemente a ideia, lembrando-lhes do alcance que esse tipo de mobilização representa para defesa dos interesses maiores da comunidade caxiense.

Jerônimo Ferreira explicou que o problema da acessibilidade ainda é uma questão preponderante em Caxias, mesmo considerando-se que muitos espaços físicos já foram criados nesse sentido, seja nos logradouros públicos, ou em escolas ou em prédios públicos e particulares. Mas, segundo ele, a deficiência ainda é muito grande quando a pessoa tem problemas de visão e que é preciso também melhorar a sinalização, assim como a comunicação com os deficientes auditivos, porque isso, no seu entender, também significa melhorar os indicativos de acessibilidade.

Referindo-se a ações propostas por alguns colegas da casa, o parlamentar do PMN elogiou o projeto do colega Magno Magalhães (PDB) de introduzir a comunicação por Libras nas sessões da CMC. Na sua concepção, isso mostra que os parlamentares de Caxias já estão unidos e preocupados com as pessoas que sofrem com alguma deficiência. Depois destacou a iniciativa do vereador Darlan Almeida, o primeiro a incursionar sobre o assunto no ano de 2017, pedindo mais vigilância no que tange ao cumprimento das leis específicas sobre a matéria, e que agora continuava sensível e apoiando todas as iniciativas, como a que estava propondo naquele momento.

Lembrando da satisfação que sentira horas antes, Jerônimo falou que a APAE de Caxias já entregara a um deficiente físico a primeira cadeira de rodas motorizada, numa demonstração de que o trabalho das pessoas que se dedicam à causa dos deficientes está crescendo para melhorar os indicativos do município. Mas ressaltou que essa preocupação deve ser bem mais incisiva a partir da própria administração municipal, incluindo a exigência da acessibilidade já a partir das licitações e nos próprios projetos através dos quais o município, por meio de órgãos como a Secretaria de Infraestrutura, a Secretaria de Assistência Social, atende as demandas da comunidade. Muitos dos recursos na área da Assistência Social, por exemplo, chegam atrasados a Caxias, porque falta apoio de uma frente parlamentar capaz e mobilizada para desobstruir os entraves que surjam pelo caminho.

Dando mais ênfase à questão, disse que na própria Comissão Permanente de Licitação do município o acesso é péssimo, assim como à repartição da Procuradoria Geral. E citando mais algumas lacunas visíveis, revelou a falta de acessibilidade no Fórum de Caxias, onde as pessoas tem dificuldade para chegar aos gabinetes dos juízes, porque às vezes o elevador não funciona, e também nas escolas da rede municipal, que, em alguns casos, não é apenas física, mas mesmo de inclusão das próprias pessoas com deficiência ao ambiente escolar.

Os vereadores Antonio Ramos (SD) e Darlan Almeida se solidarizaram momentos depois com o posicionamento de Jerônimo. Ramos garantiu-lhe que, mesmo estando afastado por força do cargo de vereador da secretaria Municipal de Infraestrutura, onde participava da comissão de acessibilidade do órgão, continuará a oferecer a ajuda e a exigir o apoio que for necessário à causa defendida pelo colega. Já Darlan Almeida, enfatizou que o projeto do colega revela como é deficiente o tratamento dispensado às pessoas com deficiência, não só em Caxias, como no Brasil inteiro, e que esse projeto de frente parlamentar irá fazer história no município.

Darlan mostrou também preocupação com a falta de acessibilidade nos restaurantes de Caxias, onde não são vistos cardápios em linguagem braile, propícios ao entendimento dos deficientes visuais diante da escolha do que comer, e salientou que as dificuldades de acesso ainda são tantas que, até no Ginásio Esportivo João Castelo, uma das mais importantes praças esportivas da cidade, há falta de acessibilidade para pessoas deficientes.

Para o vereador do PHS é um problema que abrange tanto o setor público quanto o setor privado, pois existem lojas do comércio onde também há falta desse tipo de estrutura, prejudicando o deficiente que vai às compras para adquirir uma roupa ou um objeto, como o fazem todas as demais pessoas normais. E concluiu suas palavras, fazendo a seguinte citação: “Essa é uma noite especial para todos nós. Parabéns pelo projeto de lei que, com certeza, será aprovado, porque todos aqui comungam da mesma aspiração. Tenham todos a certeza de que, um lugar, que não tem espaço para todas as pessoas, ele já deficiente”. (Ascom/CMC)

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