Deputado estadual irá colher os frutos das peripécias plantadas durante seu mandato
Com poucos aliados, Adelmo Soares tem reeleição improvável |
Ex-candidato a prefeito de Caxias em 2020, o deputado estadual Adelmo Soares colheu nas urnas caxienses tudo aquilo que havia plantado na sua trajetória política até então. O fiasco eleitoral de novembro último foi pedra cantada e decantada por experientes analistas da política caxiense.
Assim que se lançou candidato a prefeito no ano passado, o titular do blog travou um diálogo com um experiente conhecedor dos meandros da política local onde prevíamos a derrota de Adelmo e as consequências que sua temerária aventura política representaria para ele.
Naquele bate-papo de política, vaticinei que a sua intempestiva candidatura naquele momento poderia representar um golpe fatal na sua reeleição de deputado. Sim, avaliei que a candidatura a prefeito era carta fora do baralho e que o fato de abandonar os aliados, que também disputavam o mesmo cargo nas suas respectivas cidades, abalariam suas relações para com seus cabos eleitorais.
Adelmo ainda não percebeu, ou finge que não, mas sua carreira política está perto do fim.
Ao ter em 2020 as maiores forças oposicionistas ao seu lado, na natimorta candidatura a prefeito de Caxias, o deputado comunista contou ainda com todo o aparato da poderosa TV e Rádio Sinal Verde, que se lançaram numa maciça e desesperada campanha de apoio aos propósitos políticos do candidato apoiado pelo senador Weverton Rocha.
Digno de registro o apoio recebido de Weverton Rocha e Eliziane Gama, os senadores mais votados em Caxias nas eleições 2018, assim como pelos principais auxiliares de Flávio Dino, que de nada serviram para alavancar a candidatura de Adelmo. Impossível esquecer os voos de helicópteros e o desfile de cavalos pela cidade, onde aliados, com celular em punho, gritavam e filmavam o sofrimento dos animais no sol escaldante de Caxias, achando que meia dúzia de equinos da Polícia Militar iriam render votos, em cenas que entraram no anedotário da princesa do sertão diante de tão inusitado ato.
Mas se a situação para Adelmo Soares é periclitante em Caxias, onde seus aliados de 2020 lançam críticas das mais cruéis devido a derrota humilhante sofrida pela turma, que foi passada no cartão de débito como sendo toda sua, nas cidades da região essa situação ganha contorno de tragédia anunciada.
Em São João do Sóter, onde obteve 243 votos em 2018 e tinha o apoio de um vereador do município, projeta-se um desfecho calamitoso na performance de Adelmo, haja vista que o vereador que lhe apoiava, Carlão Soares, não foi reeleito em 2020 (obteve apenas 65 votos) e não reside mais na cidade.
Já em Aldeias Altas, o prefeito aliado não foi reeleito e nenhum vereador do antigo grupo de Zé Reis Neto dá sinais de que algum dia ouviu falar de Adelmo Soares, no que pode ser lido como perda total, onde os 4.031 votos recebidos na última eleição estadual ficarão somente nas boas lembranças de um sonho de verão.
O pequeno município de Afonso Cunha, que sofreu recentemente o assédio político de Soares, já está livre de tão triste destino. Lá, o problema já foi totalmente resolvido e a população já pode respirar aliviada.
São muitos os dissabores que Adelmo terá que enfrentar em diversas cidades até o desfecho das urnas em 2022, mas se a humildade lhe fosse uma boa companheira, o caminho a seguir seria outro e não passaria pela tentativa de reeleição.
Se resguardar em 2022 para tentar retornar à Câmara Municipal de Caxias na eleição subsequente seria o lógico.
Melhor
sacrificar uma eleição do que transformar uma eleição em sacrifício...
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