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Ancelotti volta atrás e recusa assumir seleção brasileira, diz imprensa espanhola

29.4.25

Com um acordo encaminhado para assumir o comando da seleção brasileira, o técnico italiano Carlo Ancelotti, 65, mudou de ideia e não deve mais fechar acordo com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

De acordo com os jornais AS e Marca, da Espanha, o atual treinador do Real Madrid tomou a decisão após receber uma oferta de trabalho na Arábia Saudita.

O clube com o qual o comandante deverá fechar não foi revelado, mas a proposta seria de 50 milhões de euros por ano (R$ 321,6 milhões na cotação atual). O montante é superior ao que CBF pretendia pagar ao italiano, no valor de 6 milhões de euros por ano (R$ 38,4 milhões).

De acordo com o jornal Marca, Ancelotti telefonou pessoalmente para Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, para informar sua decisão e agradecer pelo convite.

Também pesava contra o desejo da confederação a impossibilidade de o treinador assumir o comando da seleção em junho, uma vez que o Real Madrid só estaria disposto a liberá-lo em agosto, depois da disputa do Mundial de Clubes da Fifa.

Ainda de acordo com a imprensa espanhola, embora tenha tomada a decisão de demitir Ancelotti após os fracassos nesta temporada, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, passou a se recusar a pagar a multa rescisória do treinador depois de tomar ciência do acordo encaminhado entre ele e a CBF. O técnico tem contrato com o time espanhol até junho de 2026.

Ancelotti viajou na última segunda-feira para Londres, onde se reuniu pessoalmente com os empresários brasileiros que faziam a intermediação das conversas entre ele e a CBF. Na expectativa de assinar o compromisso com o treinador, se surpreenderam quando ele informou que voltara atrás. De acordo com o Marca, o italiano falou por telefone diretamente com o presidente da entidade Ednaldo Rodrigues, a quem agradeceu pelo interesse.

A saída de Ancelotti do Real Madrid é dada como certa, ainda que o contrato vá até 2026. Após uma temporada de oscilações em campo e nos resultados, sua passagem pelo Santiago Bernabéu é dada como encerrada em Madri. O clube, inclusive, procura substitutos e tem em Xabi Alonso, do Bayer Leverkusen, o favorito. De toda forma, a liberação do italiano antes do Mundial de Clubes, que será disputado entre junho e julho, não é considerada fácil.

A CBF não abria mão da chegada de Ancelotti para a próxima data Fifa, entre 2 e 10 de junho. A entidade queria que o italiano se apresentasse no Brasil em 26 de maio para a convocação dos jogadores e já comandasse o time nos jogos contra Equador e Paraguai, pelas Elminatórias da Copa 2026.

Essa foi a segunda vez que o italiano esteve perto de assumir o comando da equipe canarinho. No ano passado, ele também chegou a encaminhar um acordo com Ednaldo Rodrigues, mas voltou atrás e renovou o seu contrato com o Real Madrid. Na época, estava no auge, com campanhas brilhantes no Campeonato Espanhol e na Champions League —acabara por abocanhar as duas taças.

Diante da desistência de Carlo Ancelotti, Jorge Jesus, atualmente no Al Hilal, da Arábia Saudita, volta a ser o favorito para assumir a seleção brasileira. O português, que já comandou o Flamengo, já manifestou seu desejo de treinar a seleção diversas vezes.

Embora não tenha um currículo comparável ao de Ancelotti, o português levou o Benfica a duas finais da Liga Europa, o segundo maior torneio de clubes do continente, além de conquistar uma Libertadores e um campeonato brasileiro pelo Flamengo.

O presidente da CBF tem pressa para contratar logo um novo treinador. Ele não abre mão de ter um nome à frente da equipe para anunciar os 23 convocados que vão defender o país nos jogos contra Equador, fora de casa, dia 5 de junho, e Paraguai, em São Paulo, dia 10 de junho, ambos pelas Eliminatórias.

A lista larga, com mais atletas do que o permitido para a convocação final, precisa ser enviada à Fifa até o dia 18 de maio. Se um novo técnico não for contratado até lá, ela deve ser feita por dois funcionários da CBF: o coordenador de seleções masculinas Rodrigo Caetano e o gerente técnico Juan.

A seleção brasileira está sem comando desde a demissão de Dorival Júnior, no final de março. O técnico, que assumiu o Corinthians nesta semana, não resistiu às oscilações à frente da equipe. Em 16 jogos sob seu comando, a seleção obteve sete vitórias, sete empates e duas derrotas, aproveitamento de 58,3% dos pontos, com 25 gols marcados e 17 sofridos.

Nas Eliminatórias, o Brasil ocupa a quarta colocação, com 21 pontos, dez a menos do que a Argentina, que lidera a disputa.

No formato atual, os seis primeiros colocados garantem vaga direta na Copa do Mundo de 2026. O sétimo ainda terá direito a disputar uma repescagem. (Folha de São Paulo)

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