Edvaldo Rocha foi morto a tiros por dois homens que estavam em um veículo e efetuaram vários disparos contra ele, na última sexta-feira, 29.
Assassinado a tiros na tarde da última sexta-feira, 29, o líder quilombola Edvaldo Rocha tinha depoimento agendado para o início da semana sobre a extração ilegal de madeira na região do Quilombo Jacarezinho. A informação é da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), que apontou os conflitos agrários, posse da terra e também o desmatamento na região como principais razões das contendas na área.
Equipes das secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP), Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e de Igualdade Racial (SEIR) estiveram no município de São João do Soter-MA, onde ocorreu o crime, para dar celeridade nas investigações. Edvaldo era presidente da Associação de Quilombolas do povoado Jacarezinho.
No sábado (30), o secretário da SSP, coronel Sílvio Leite e os secretários de Estado Amanda Costa (Sedihpop) e Gerson Pinheiro (SEIR) estiveram no local para verificar de perto o trabalho de identificação dos autores do crime e de proteção a outras pessoas da comunidade.
Investigação e proteção
De acordo com o titular da SSP, coronel PM Silvio Leite, no âmbito das ações de Segurança Pública, ainda na sexta-feira, foi feito o deslocamento da Delegacia Regional de Caxias e da Perícia Técnica do município de Timon. O objetivo é garantir as ações iniciais relativas ao levantamento de provas.
As oitivas com a comunidade e ações com policiamento ostensivo já foram iniciadas para identificação dos autores e eventuais mandantes do assassinato.
“O comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão [coronel Emerson Bezerra] colocou à disposição toda a equipe para intensificar as rotas de policiamento ostensivo na localidade, com a realização de blitzen e revistas com a finalidade de, primeiro, trazer um pouco de paz para a comunidade que está no local, muito assustada, mas também de, eventualmente, identificar pessoas que possam estar envolvidas com o fato”, detalhou a secretária de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Costa.
A Sedihpop também atua na localidade por meio da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade e com a ativação do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH). Também conhecido como Defensores-MA, o programa visa garantir a continuidade do trabalho de lideranças que estejam sendo ameaçadas e atuem em defesa de tema ligados aos direitos humanos.
“A equipe técnica do programa estará na comunidade na segunda-feira fazendo oitiva e tentando identificar outras pessoas que eventualmente estejam ameaçadas, seja pelo seu trabalho enquanto defensores dos direitos humanos, ou por serem testemunhas do crime que ocorreu, para garantir que elas possam ter acesso às políticas de proteção específicas operacionalizáveis dentro do programa”, esclarece Amanda Costa.
O CRIME
O presidente da Associação dos Quilombolas do povoado Jacarezinho, de São João do Sóter Edvaldo Pereira Rocha, foi assassinado, na tarde de sexta-feira, 29, naquele município, localizado na região Leste (Cocais) do estado.
Edvaldo se encontrava fazendo um lanche em um comércio, à beira da MA 127 (km 36), no povoado Bom Jardim, entrada da localidade ‘Nezito’, que dá acesso ao santuário São Francisco, quando dois homens surgiram em um veículo e efetuaram vários disparos contra ele. O líder quilombola teve morte imediata.
Edivaldo Rocha era filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) de São João do Sóter, liderança sindical e representante da comunidade Jacarezinho. Há anos vinha lutando pela titulação da sua comunidade quilombola. da qual era integrante.
Providências da SSP – Ciente do crime, o delegado geral de polícia, Jair de Paiva, tomou providências imediatas, enviando reforço e perícia para o local do crime, sob comando do delegado geral de Caxias, Alcides Martins, para tentar prender os autores do crime e apurar os motivos que levaram ao assassinato do petista.
(Jornal Pequeno)
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