Mesmo se esforçando, Cláudia Coutinho pode entrar na lista de insucessos políticos do marido |
Não são nada promissores os ventos vindos de Matões em direção a uma tranquila eleição de Cláudia Coutinho como deputada estadual. Sob a batuta de Ferdinando Coutinho, a condução da campanha da primeira-dama não é alvissareira.
Os amigos do prefeito de Matões, que se reúnem diariamente em mesas de bar em Caxias, criaram uma lenda urbana dando conta de uma suposta astúcia e capacidade de articulação política de Ferdinando em campanhas eleitorais que não resistem a um olhar mais apurado na política caxiense.
Ferdinando coleciona pelo menos duas memoráveis derrotas políticas em que sua articulação mostrou-se fracassada mesmo quando as condições lhe eram amplamente favoráveis.
A primeira vez deu-se em 2004, quando a própria Cláudia Coutinho sofreu uma fragorosa derrota para vereadora em Caxias. Isso aconteceu quando o então candidato a prefeito Humberto Coutinho já era um líder em ascensão e um verdadeiro tsunami de votos naquela oportunidade.
Na apuração do pleito de 2004, assistiu-se a uma cena digna de registro no anedotário político caxiense. Reunidos nas mesas do bar do Excelsior Hotel, no centro da cidade, um telão transmitia a apuração daquela eleição e os gritos de euforia, comandados pelo próprio Ferdinando, animavam os presentes quando as primeiras parciais apontavam Cláudia Coutinho como primeira colocada na apuração. Com o decorrer da contagem dos votos, e com a hoje primeira-dama de Matões não constando mais como eleita, viu-se um clima de tristeza em uns e alegria em outros devido a vitória de Humberto Coutinho como prefeito. Na residência de HC, a animação da maioria destoava de um cabisbaixo Ferdinando que não tinha palavras para descrever a derrota de sua esposa mesmo diante da avalanche de votos do candidato a prefeito do grupo.
Para não deixar o irmão completamente arrasado, Humberto Coutinho nomeia alguns vereadores como secretários municipais propiciando a consequente posse da suplente Cláudia Coutinho.
Em 2016, com Léo Coutinho sentado na cadeira de prefeito, tendo o apoio incondicional do governador Flávio Dino e todo o aparato do governo do Estado, e ainda a poderosa máquina política da Assembleia Legislativa presidida por Humberto Coutinho, eis que o grupo Coutinho resgata a lenda urbana que dava uma suposta capacidade de articulação para Ferdinando. Mesmo candidato a prefeito de Matões naquele pleito, o ‘articulador’ da família dividia-se entre as duas cidades e dava expediente diário em Caxias.
O desfecho da inexistente capacidade de Ferdinando em celebrar acordos políticos que pudessem salvar o naufrágio da candidatura Léo Coutinho em 2016 todos conhecem o resultado.
Apesar do recente sucesso em se reeleger prefeito de Matões, quando um grave quadro de Covid afastou o líder oposicionista Rubens Pereira da reta final da disputa, o histórico de Ferdinando Coutinho como bom articulador político só se sustenta nas conversas dos amigos em mesas de bar.
Não conseguindo nem mesmo a adesão da filha Taís Coutinho à candidatura da esposa, Ferdinando mostra logo de saída que sua capacidade de articulação não passa de uma lenda urbana gestada em mesas de bar, uma vez que não consegue sucesso nem mesmo dentro de casa.
Mas eleição é eleição.
Cláudia Coutinho tem se esforçado e já anda abraçando até jumento por aí.
Vai
que dá certo...
0 comentários:
Postar um comentário