Basta uma crise administrativa para que analistas políticos passem a discorrer teses sobre o momento e tracem cenários da situação do gestor ora afetado. Em Caxias, Fábio Gentil tem enfrentado dissabores desde o início do segundo mandato que assanham os opositores e despertam o olhar dos analistas políticos de plantão.
Saindo das urnas no ano passado com um cacife eleitoral impressionante, a sombra e a água fresca das urnas daquele já distante 2020 tendem a parecer, a cada crise, que já não existem mais.
O recente caso da merenda escolar estragada encontrada num depósito do município deixou seus opositores eufóricos e ainda tem potencial para mais alguns dias de exposição negativa do gestor, mesmo que ele não tenha culpa no episódio.
Desde a morte do irmão, secretário de Administração Talmir Rosa, que dividia com ele as tarefas do dia a dia da gestão, o prefeito padece, além da perda afetiva, do braço forte da família a lhe amparar. Isso sem falar na perda do pai, ocorrida meses antes.
Sem nenhuma voz equilibrada e sensata como a do irmão e do pai para dividir deveres e tarefas, Fábio sofre uma solidão que somente grandes líderes conhecem.
Cercado de correligionários e amigos do poder que só lhe disparam elogios, FG carece de vozes sensatas e equilibradas para lhe apontar caminhos e o alertarem dos erros.
O fato do seu grupo hoje ser gigantesco, é natural as defecções diante de acordos não cumpridos ou favores não atendidos, daí o disparo, vez ou outra, do inevitável fogo amigo, que incomoda, faz estrago e muitas vezes dói mais que a fúria do adversário.
Fábio ainda tem um capital político gigantesco.
Os percalços enfrentados nos últimos meses ainda não lhe causaram um dano irreparável.
Mas o inimigo está a espreita.
Cabe ao prefeito de Caxias corrigir os rumos do seu governo.
Uma
tarefa que só cabe a ele, pois o tempo corre e o relógio não para.
Esse é o problema cercado de pessoas que não ver os defeitos só as qualidades e as vezes é preciso ouvir a verdade.