No município de São
João do Sóter, distante 55 km de Caxias, existe um sítio arqueológico com
várias inscrições rupestres datadas do período pré-histórico.
Chegando em São João
do Sóter, percorremos mais 2 km em direção ao povoado Redondo. Na propriedade
onde fica o tesouro arqueológico, o Senhor Miguel Alves, morador nativo da
região, nos levou até o Lajeiro do Escrivão, nome dado ao abrigo de pedra que
mede 32,5m de comprimento, e atinge até 3 metros de altura.
Levamos cerca de 15
minutos da estrada até o sítio arqueológico. No caminho, feito por uma trilha
na mata, podemos ver a natureza em toda a sua exuberância. Pés de angico,
pindaíba, aroeira, palmeiras nativas e um belo riacho ornamentam todo o
percurso fazendo de toda a área um importante destino para curiosos,
estudantes, professores, cientistas, arqueólogos e amantes da natureza.
Histórias sobre
lendas do lugar nos são contadas pelo senhor Miguel Alves. “Minha mãe dizia que
esse local era encantado e por essas bandas se ouvia relincho de cavalo, toque
de tambor, batida em cocho, galinhas e outros pássaros, mas hoje não se ouve
nada disso”, revela Miguel Alves.
Em 2010 uma equipe
do Centro de Pesquisa e Arqueologia do Maranhão, sob o comando do arqueólogo
Deusdédit Leite Filho esteve no município para uma visita de cunho cientifico.
Os pesquisadores
puderam registrar as gravuras na rocha, que representam vegetação, cena de caça
onde aparece um cervídeo e outras.
“A importância de se
registrar essas manifestações rupestres reside na garantia da guarda desse
material para o futuro, pois há muita dificuldade de se preservar esse tipo de
patrimônio, pois a própria rocha se descasca com o tempo”, declarou na época
Eliane Gaspar, encarregada do serviço de arqueologia do Centro de Pesquisa.
O Lajeiro do
Escrivão é ainda o único sítio do Maranhão até agora conhecido que apresenta
vestígios de pintura nos sulcos das gravuras tornando a importância de sua
preservação uma necessidade dos poderes públicos municipal, estadual e federal.
A prefeita de São
João do Sóter, Luiza Rocha, está em busca de apoio no Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, visando uma parceria para a preservação
e exploração de mais pesquisas no Lajeiro do Escrivão e em toda a área em torno
do local em busca de mais vestígios pré-históricos.
Ainda pouco
explorado e não muito conhecido dos caxienses, o Lajeiro do Escrivão mostra-se
um excelente programa de final de semana, haja vista a existência de poucos
registros arqueológicos relativamente próximos de nossa cidade.
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