
A
sensação foi a de um renascimento, não de mero ponto de vista físico, mas de um
revigoramento cultural, a reinauguração, na quarta-feira (24), do majestoso
prédio secular que abriga a Academia Caxiense de Letras, na Princesa do Sertão.
A reforma, patrocinada pelo Governo do Estado, restaurou a feição e as linhas
originais, devolvendo à Rua Comendador Alderico Silva, 737, uma joia do melhor
padrão da arquitetura colonial portuguesa. A reabertura da Casa de Coelho Neto,
em clima festivo, foi o ponto alto de um processo que começou em 2024, quando o
comando da entidade formalizou o pedido de apoio ao Governo do Estado, com base
na Lei de Incentivo à Cultura, prontamente atendido pelo governador Carlos
Brandão (PSB), que fez a entrega formal da obra e saiu de lá levando os
agradecimentos, o reconhecimento dos integrantes da confraria cultural e o
diploma de Sócio Benemérito. Além do governador, a láurea foi destinada também
ao deputado Adelmo Soares (PSB), autor de lei estadual que tornou a ACL
Patrimônio Imaterial do Maranhão.
A
fachada, que fora reformada, sendo-lhe imposta uma pretensa aparência
modernista, como um caixão quadrado pontilhado por janelões com basculantes de
ferro e vidro, voltou à sua imagem de berço, por obra e graça de dedicados
restauradores, que ressuscitaram suas formas arquitetônicas coloniais, com
cinco portas e cinco janelas de características lusitanas, como foi
originalmente concebida. Internamente, os espaços foram redimensionados, com um
novo salão para a biblioteca, uma área adequada para o novo auditório. E
ainda contemplou ambientes como sala de convívio e para recepção e espaços
administrativos, dando à instituição uma sede digna da sua existência como uma
Casa cultural aberta e que tem com o princípio básico o fomento à produção
cultural em todos os seus vieses, a começar pela literatura.
A
inauguração foi marcada pela presença do governador Carlos Brandão, que entrou
a Caxias duas obras de grande dimensão. Primeiro ele inaugurou o Prédio de
Ciências da Saúde, do campus caxiense da Universidade Estadual do Maranhão, que
será o lastro maior do Curso de Medicina da instituição. O complexo foi
batizado “Comendador Alderico Silva”, em homenagem ao empresário Alderico
Silva, o “Seu Dá” – celebrizado pelo xote genial de João do Vale – e que numa
visão de grande empreendedor, fundou o Hospital Miron Pedreira, o primeiro
hospital particular do interior do Maranhão. E num grande ato, ele reuniu
milhares de estudantes da rede estadual de ensino aos quais entregou tabletes
do programa “Tô conectado”.
Recepcionado
na Casa de Coelho Neto por um grupo de membros da entidade, liderados pelo
acadêmico-presidente Ezíquio Barros Filho, o governador Carlos Brandão estava
acompanhado do prefeito Gentil Neto (PP), dos secretários Fábio Gentil (Agricultura)
e Orleans Brandão (Assuntos Municipalistas), e do deputado Adelmo Soares – um
dos principais apoiadores, do projeto de restauração, com ações efetivas para a
viabilização do projeto -, além de políticos locais, como a deputada Daniella
Jadão (PSB). Além deles, o empresário Flávio Campos, responsável pelas obras.
Depois
de percorrer as instalações – que ainda não receberam os móveis -, o governador
foi saudado pelo poeta e fundador Wibson Carvalho, que destacou a boa vontade
do mandatário estadual para com o projeto, e agradeceu o investimento na vida
cultural de Caxias, destacando o ato como um fato histórico. Em seguida, o
presidente Ezíquio Filho agradeceu ao governador em nome de todos os
integrantes da entidade, assinalando a grandeza da obra para a Casa de Coelho
Neto e para a cidade e para o Maranhão. O jornalista e acadêmico Ribamar Corrêa
fez o agradecimento em nome dos seus pares, ressaltando o fato de que, ao
apoiar a restauração do prédio secular, o governador Carlos Brandão
proporcionou muito mais do que a reforma física, uma vez que a reforma promoveu
o resgate de uma parte importante da memória caxiense, que é muito rica em
cultura e política.
O
governador Carlos Brandão se disse feliz e honrado de haver participado desse
projeto, assinalando que lhe dedicou atenção diferenciada, por entender que a
Academia Caxiense de Letras tem um papel relevante na vida da cidade.
“Inaugurei outras academias, mas a de Caxias tem uma importância especial, pela
importância que a cidade lhe dá”, declarou o governador, destacando também o
empenho que os líderes acadêmicos dedicaram ao projeto. Ao final, o mandatário
maranhense foi homenageado com o diploma de Sócio Benemérito da instituição,
sobretudo pelo fato de que foi decisivo no fortalecimento de uma entidade que é
muito mais do que uma confraria literária, por ser um centro cultural da
cidade, aberto a todos e muito frequentado, sobretudo por estudantes
Não
houve pompa, mas a reinauguração do prédio sede da Academia Caxiense de Letras
foi um ato de importância cultural superior. Não só pela restauração em si, mas
pelo valor simbólico que ela representa com a devolução da sua feição original,
e sobretudo pelo resgate de parte da memória cultural, comercial e política da
cidade, que é um dos baluartes da identidade cultural e política do Maranhão.
Em
Tempo: vale destacar que o ato de reinauguração foi agraciado pela música
refinadas da Orquestra de Câmara de Caxias, um grupo que ganha estatura a cada
apresentação.
Repórter Tempo