O
advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o ex-presidente
José Sarney (1985/1990) afirmou que o peemedebista está disposto a processar o
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que dirigiu a empresa durante 12
anos por indicação do PMDB. Sarney foi um dos políticos gravados por Sérgio
Machado, que se tornou delator da Operação Lava Jato.
Machado
afirmou ter repassado mais de RS 70 milhões para cardeais do PMDB. Desse
montante, segundo o delator, RS 20 milhões teriam sido entregues a Sarney.
Vendo-se
acuado, com medo de ser preso na Lava Jato, o ex-chefe da Transpetro, cadeira
que ocupou por 12 anos, gravou secretamente conversas com quadros máximos do
PMDB, entre eles o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, o
presidente do partido, Romero Juca- ministro por alguns dias do governo
interino Michel Temer – e o próprio Sarney. Uma das conversas, Machado gravou
em um hospital onde Sarney estava internado.
Em
nota, Sarney afirmou que Machado é um ‘monstro moral’ e uma ‘pessoa abjeta’. “A
total falta de caráter de quem, como meu amigo por mais de vinte anos,
frequentando com assiduidade minha casa, almoçando e jantando comigo, e
visitando-me sempre, teve a vilania de gravar nossas conversas, até mesmo em
hospital, revela o monstro moral que ele é”, declarou o ex-presidente.
Na
conversa registrada pelo ex-presidente da Transpetro, os dois discutem a crise
política e a Operação Lava Jato que avança sobre os principais políticos
brasileiros, também manifesta sua preocupação com a possibilidade das
investigações envolvendo Machado serem enviadas para o juiz Sérgio Moro, na
Justiça Federal em Curitiba, e indica que tentaria ajudá-lo a encontrar uma
solução.
Segundo
o criminalista, Sérgio Machado era ‘super próximo’ a Sarney e que a gravação da
conversa é ‘inacreditável’. “Esse cidadão é execrável. Ele ia lá,
almoçava, jantava”, afirma. “O Brasil perdeu completamente os limites da
ética.”
Kakay
diz que já requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso à delação de
Sérgio Machado, mas que o pedido foi negado. “A operação vaza e as pessoas não
têm acesso a ela. É uma piada, um mundo de faz de contas.” (Estadão)
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