O vereador José Wilson da Silva, o Neto do
Sindicato, denunciou nesta semana que trabalhadores rurais de Caxias estão
sofrendo ameaças de morte de grileiros.
De acordo com o parlamentar, as ameaças estão
acontecendo em duas localidades no 1º e 2º distritos do município. “Era
um tema discutido muito no passado, na zona rural e nos meios de comunicação.
No Maranhão passou-se com alguns anos sem que a gente desse ênfase, ou que se
tivesse que voltar a abordar esse tema. Infelizmente, eu uso hoje essa tribuna
para abordar esse tema pela importância do tema, porque diz respeito a sobrevivência
do homem e da mulher do campo”, iniciou o vereador petista enfatizando
que a prática de ameaças contra trabalhadores rurais era comum no passado, mas
que, infelizmente, voltam a acontecer. “O Maranhão já foi conhecido nacionalmente e
internacionalmente pelas grandes lutas e pelas grandes batalhas no campo e até
pela morte sangrenta de trabalhadores rurais e de religiosos quando estes
defendiam a posse da terra”, lembrou ele para em seguida relatar o que
estava acontecendo atualmente. “Hoje eu volto aqui com esse tema em Caxias,
porque eu tenho aqui ocorrências da Polícia Civil do nosso município, aonde
trabalhadores rurais foram obrigados a recorrer a Polícia Civil do nosso
estado, denunciando fazendeiros e grileiros querendo expulsar e ameaçando de
mortes trabalhadores rurais aqui no município de Caxias”, disse Neto revelando
o local onde está sendo palco do maior conflito. “E aqui eu queria dizer pra vocês:
trata-se da Fazenda Sabiá, localizada no 2º distrito de Caxias”.
O conflito relatado pelo vereador envolve
mais de 100 famílias que correm o risco de perder a terra, apesar de já estarem
cadastradas no Incra em processo de desapropriação. “Atualmente tem 102 famílias
morando naquela localidade, sendo que 80 delas já foram cadastradas e já se
encontram no cadastro nacional do INCRA para fim de desapropriação”,
informou Neto.
Apesar da existência de um processo de
desapropriação das terras da Fazenda Sabiá, o proprietário da localidade afirma
que a vendeu e o suposto novo proprietário é que estaria amedrontando as
famílias. “Acontece que o proprietário, senhor Pedro Neto, disse ter vendido a
propriedade para um homem que também se chama Neto e esse senhor vem
amedrontando as famílias e ameaçando de morte”, denunciou o vereador
contando o drama que aquelas famílias estão passando. “Chegam, de uma vez por outra, em
horários inconvenientes, pessoas não conhecidas da população, ameaçando,
inclusive de morte o presidente da associação, por ele ser um dos principais
lutadores pela posse da terra dessa fazenda”.
O vereador, que também é presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias, disse estar atento ao conflito e
que está fazendo a sua parte enquanto dirigente sindical. “O Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, do qual eu faço parte, já fez várias reuniões” diz Neto que já
levou o caso ao conhecimento das autoridades até em Brasília. “Já mandamos
expediente para o Incra, mandamos expediente também para a Presidência da
República na tentativa de que aquela área seja desapropriada, para que essa
tensão social deixe de existir, porque tudo que eles querem é ter posse da
terra, ter direito a terra, trabalhar na terra e ali tirar o seu sustento”,
justifica o parlamentar que informa ainda existir outro foco de conflito no 1º distrito
de Caxias. “Mas também temos outra ocorrência, feita pelo senhor Geraldo Rodrigues da
Silva, de 59 anos, que mora na fazenda do grupo Maratá, onde ele nasceu e se
criou lá, e de repente, ele e mais 52 família estão sendo ameaçadas de despejo,
ameaçados de terem suas casas queimadas se não saírem num tempo determinado de
90 dias. Isso acontece na Fazenda Maratá, no 1º distrito de Caxias”.
No conflito ocorrido na Fazenda Maratá, Neto
do Sindicato disse que o principal denunciante está passando por sérios
problemas de saúde por conta do medo de perder a terra. “Estive conversando com pessoas
ligadas ao senhor Geraldo que me disseram que ele entrou em depressão e está
muito doente, pois já não responde por sí e com grave problema mental, por
conta da tentativa desesperada de se manter na terra”, lamentou o
vereador. “Usando meu direito de parlamentar, faço essa denúncia no intuito de sensibilizar
as autoridades do nosso município, do nosso estado e do nosso país, para que
casos que nem esse não possam mais existir”.
Neto pediu ainda a ajuda da imprensa, em
especial aos blogs, que divulgassem a sua denúncia na intenção de se chegar
logo a uma solução para o problema. “Eu apelo aos blogueiros que não vissem
somente a questão política e questão de lado, de ser oposição ou situação, mas
que nesse momento usasse o seu veículo de comunicação para divulgar, numa
tentativa de sensibilizar as autoridades do nosso país para que possa resolver,
com a desapropriação dessas áreas para que possamos ter paz nessas localidades
e para que os trabalhadores possam ter o que mais precisam, que é a posse da
terra para eles trabalhares e ali tirar o seu sustento”, pediu o
vereador.
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