Minha Figura

Há vida em marte?

3.5.18

Por Edson Vidigal

Depois de amanhã, sábado, pouco depois das oito horas, começará a viagem de seis meses de uma sonda da NASA, a agência espacial norte americana, com destino a Marte.

Os cientistas agora querem saber sobre os tremores chamados por nós aqui de terremotos. A sonda irá equipada para saber tudo sobre a crosta, o manto e o núcleo e também se o recheio é ou não parecido com o da Terra.

Há anos já estão por lá uns trecos esquisitos escascando desertos, montanhas, fotografando e filmando tudo. São impressionantes as imagens.

Tem se falado por aqui, quero dizer entre os cientistas, que do jeito como a humanidade, vem tratando o planeta, uma explosão, de repente, reduzirá tudo a explosões atômicas, deletando para sempre todo o processo civilizatório.

Humanos, bípedes, talvez sobrevivam poucos.

Aquelas duas bombas atiradas sobre Hiroshima e Nagasaki para amolecer o Japão ainda em luta brava como parte do eixo Berlim-Roma-Pequim, na segunda guerra mundial, soariam especiais para pequenas agressões se comparadas ao que a insensatez humana já produziu estocou.

O tempo, e não é de hoje, é de Paz precária cada vez mais rodeada de bombas.

Do que se sabe hoje, os Estados Unidos, em 9 de julho de 1962, explodiu no espaço sobre o Oceano Pacifico, a 1.500 kms. do Estado do Havaí, uma bomba equivalente a 1 milhão e 400 mil toneladas de TNT, afetando o campo magnético da terra.

Três dias antes, no subsolo do deserto de Nevada, outra bomba já havia sido explodida, expondo 23 milhões de americanos à radiação. No mesmo julho, dia 26, a então União das Republicas Socialistas Soviéticas começou a armar Cuba de misseis nucleares e por pouco, não fosse o recuo de Kruschev, então dirigente russo, não chegamos à primeira e talvez última guerra mundial.

Isso porque, no dizer de Churchill, o mundo estava em Guerra Fria. As explosões se voltaram para o espaço no mais longínquo que os misseis pudessem alcançar. Os malucos queriam o domínio militar espacial. O placar final - Estados Unidos, 14 bombas. - União Soviética, 7.

Pouco antes da última confirmação de Putin como chefe do Kremlin, a Rússia anunciou que já tem misseis que dão volta em torno da Terra podendo explodir os Estados Unidos e qualquer outro lugar do planeta.

O gordinho da Coreia do Norte, que muitos o tinham como tolo, virou um gavião da paz propondo trégua pois já teria desativado seu programa nuclear. Mas o que se sabe é que ele, também, está armado com misseis capazes de grandes estragos em território norte-americano.

Tirando, certamente, países da África e da América Central e do Sul, quase todos, incluindo Europa e Oriente Médio, já tem num coldre enorme, bem escondida, a sua bomba atômica particular.

Como perguntou Sidney Muller, - "o cientista inventa uma flor que tortura... pois é, pra que?"

Em 17 de dezembro de 1971, David Bowie lançou em disco uma canção em que recomenda - "dê uma olhada no homem da lei espancando o cara errado / imagino se ele algum dia vai saber que ele está no show mais vendido (em tradução livre, de maior sucesso) / é o show de horrores".

E ao final, como que melancólico, pergunta se "há vida em Marte", ("Life on Mars?).

Edson Vidigal, advogado, foi Presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.

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