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Sistema SAF discute leis em benefício dos povos extrativistas

13.11.16
Reunião, promovida pelo Sistema SAF, discutiu o desenvolvimento sustentável
do extrativismo. Foto: Divulgação

O Maranhão possui quase a totalidade da produção brasileira de babaçu (94%) de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa rica demanda, é uma riqueza ainda explorada apenas de forma artesanal. Esse potencial leva os extrativistas a incentivarem políticas públicas para alavancar o setor, por meio de discussões como as realizadas por meio do “Programa de Desenvolvimento Sustentável do Extrativismo: Promoção das Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade”, uma reunião, que começou nesta terça-feira (08), promovida, a pelo Sistema SAF, por meio da Secretaria Adjunta de Extrativismo, Povos e Comunidades Tradicionais.

O Sistema de Agricultura Familiar, Sistema SAF, é formado pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp/MA) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma).

O evento reúne, até esta quarta-feira (09), representantes das Secretarias de Estado de Fazenda (Sefaz), Igualdade Racial (Seir), Meio Ambiente (Sema), Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), além de profissionais da área de Direito, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), e uma antropóloga da Universidade Federal do Pará (Ufpa).

Para a representante do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), Querubina da Silva, discutir uma lei para o desenvolvimento sustentável do extrativismo é fundamental. “É um avanço enorme poder fazer essa integração para discutir essa pauta. Reuniões como essas representam a troca de conhecimento entre nós que fazemos o extrativismo e as autoridades, é o momento de expor as nossas reivindicações e saber do Governo do Estado que proposta eles têm para nos oferecer”, explicou.

De acordo com o secretário de Estado de Agricultura Familiar, Adelmo Soares, o Governo Flávio Dino é aberto ao diálogo. “A maior prova de que o Governo do Estado é aberto a conversas foi a criação do Sistema SAF, que surgiu depois de diálogos com os movimentos sociais. As leis discutidas e já aprovadas em benefício do extrativismo mostram o interesse do Governo em deixar um legado histórico no Maranhão, um histórico de valorização das lutas dos povos tradicionais”, disse.

Outro ponto de referência em benefício das comunidades extrativistas e tradicionais é a prestação de assistência técnica de qualidade e continuada. Como uma das vinculadas da SAF, a Agerp/MA trabalha para garantir assistência técnica aos povos extrativistas. O presidente do órgão, Júlio Mendonça, pontuou que a assistência técnica é uma forma de fazer com que a produção do extrativismo avance cada vez mais. “Com o auxílio dos nossos técnicos, os agricultores podem aprender como manusear o solo adequadamente para que a produção possa crescer; por isso, a Agerp está empenhada em elaborar um plano de ação para que a assistência possa atender também as comunidades extrativistas”.

1 comentários:

  1. Unknown disse...:

    Parabéns ao Governo do Estado! Por essa iniciativa histórica.
    Tenho 40 anos, minha mãe tem 61 anos. Ela me criou ai em Caxias, zona rural, no povoado de Santo Antônio dos Medeiros, próximo ao Baú.

    Passei a infância nesse povoado sendo sustentado por meus pais que viviam da Roça e da quebra do “Coco Babaçu”. Minha mãe era quebradeira de babaçu, e, durante todo o tempo em que vivemos desse segmento extrativista tão importante para Caxias e o Maranhão, nunca ouvi falar de um incentivo a essas guerreiras maranhenses. Portanto, se essa inciativa, realmente sair do papel, de fato, será uma iniciativa histórica. Essas pessoas que vivem atá hoje desse segmento tão importante, merecem serem mais valorizadas.

    Lembrando que o extrativismo do babaçu é muito mais amplo do que simplesmente a quebra do coco, vais deste a extração da folha (palha), essa com diversas utilidades artesanais, do cesto à cobertura de casas, a fabricação de vassouras, e até a produção de carvão da casca do babaçu.

    Mas, se, pelo menos, essa iniciativa der certo, já é um grande começo!

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