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Famílias do crédito fundiário que sofrem com as queimadas recebem apoio do Governo do Estado

19.10.16
Famílias do Crédito Fundiário que sofrem com as queimadas

“No momento do desespero eu nem pensei nos riscos, só pensava em salvar os animais”, relatou, emocionado, o jovem de 21 anos, Wanderson Cardoso, do povoado Boca da Mata, em Governador Luiz Rocha. O jovem é considerado um herói pelas 29 famílias do povoado que foi devastado pelo fogo no dia 11 de outubro. Wanderson enfrentou o calor do fogo que se alastrava rapidamente no campo de pastagem, cortou a cerca e conseguiu salvar os gados. Até o momento a perda do rebanho bovino é de 40%, podendo chegar a 60% após a vistoria do veterinário, pois alguns animais feridos podem ser sacrificados e os demais estão sem pastagem.

“Foi uma tristeza ver as pessoas da comunidade toda correndo, desesperadas, para salvar suas vidas. Nós corremos cerca de 1km para fugir do calor e da fumaça que estava muito forte. Parte da minha casa queimou e eu perdi geladeira, colchão, panelas, mas o mais triste foi ver nossos animais morrendo queimados”, emocionada falou dona Maria Helena, do povoada Boca da Mata.

Neste domingo (16), o coordenador do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) da secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), João Batista Rios, e o presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Júlio César Mendonça, juntamente com técnicos do órgão e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Governador Luiz Rocha, Antônio Jacó, visitaram as famílias assentadas do PNCF, do povoado Boca da Mata para acompanhar as principais demandas emergenciais das famílias.

Além da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Boca da Mata, as associações dos Agricultores Familiares do povoado Cajazeiras; dos Pequenos Produtores Rurais do povoado Floresta; dos agricultores familiares Jacurutu/Jiquiri; e dos Agricultores Familiares de Terra Dura, pertencentes ao município de Caxias, estão sendo castigadas, desde a última terça-feira (11), com a propagação de focos de incêndio e queimadas florestais. Mata seca, baixa umidade relativa do ar e fortes ventos fazem o fogo se espalhar, com velocidade, até alcançar casas, plantações e animais. Cerca de 100 famílias estão desabrigadas pelo incêndio nos municípios de Caxias, Governador Luiz Rocha, Duque Bacelar, Matões e Parnarama.

Nas Associações do PNCF, com a utilização dos recursos do SIC (recurso não reembolsável), as famílias implantaram e construíram campos de pastagens, cercas, poços e distribuição de água, distribuição de energia, agroindústrias e casas; com o incêndio, e por se tratar de associações beneficiadas do PNCF, que utilizaram recursos do Subprograma de Combate à Pobreza Rural, a Unidade técnica Estadual- UTE Maranhão trabalha fortemente, juntamente com sua equipe, para conseguir um novo SIC para as cinco comunidades beneficiárias do PNCF. O recurso do novo SIC pode chegar a R$ 25.000 por família. Este procedimento está respaldado na Norma de Execução 001/2010/DCF/SRA-MDA de 18 de maio de 2010.

Na comunidade Boca da Mata além dos serviços da UTE, a equipe do Sistema SAF entregou 30 cestas básicas e o presidente da Agerp, veterinário de formação, realizou consultas e prescreveu medicamentos para os animais feridos. “Estamos aqui atendendo a missão do governo Flávio Dino, que é governar para todos os maranhenses e junto com a comunidade estamos levantando as ações mais emergenciais. Temos a Regional da Agerp de Presidente Dutra que vai acompanhá-los e ajudá-los a encontrar soluções de pastagens para salvar o gado que ainda restou”, explicou o presidente da Agerp.

Emergência

O governador Flávio Dino decretou estado de emergência e fortes medidas de combate aos focos de incêndio estão sendo tomadas a fim de dar suporte e reestruturar a vida de quem perdeu o lar e a produção agrícola. Neste sábado (15), o secretário de Estado Agricultura Familiar (SAF), Adelmo Soares; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Célio Roberto; e o comandante do Centro Tático Aéreo, coronel Ismael Fonseca, estiveram em Caxias, traçando estratégias emergenciais para superação dos danos na região leste.

“A Agerp está fazendo um levantamento de todos os animais e área agrícola que foram perdidos, os moradores estão absolutamente sem condições até para alimentar os animais que sobreviveram, foram muitas perdas. Nós acreditamos que a participação efetiva do Governo vai melhorar muito a vida dessas pessoas que estão em desespero completo”, explicou o secretário Adelmo Soares, destacando que esse primeiro momento a intenção é salvar e ajudar a recuperar o que as famílias perderam.


A atuação forte do governo do estado por meio da SAF, Agerp, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e do CTA, já alcançou grandes resultados. Nas últimas análises do Instituto Nacional de Pesquisa Especial -INPE queimadas, o município de Caxias encontra-se em 6º lugar no ranking nacional, apresentando 223 focos do total de 5.184 focos de queimadas. Esses dados confirmam que ações de combate ao fogo pelo governo do Estado são de extrema importância para a população e para a preservação dos biomas.

1 comentários:

  1. cleber disse...:

    Bom dia.
    Embora louvável a atitude do Governo e demais membros do executivo/MA ao sofrimento das vítimas, tenho que isso é/ou será "paliativo", e explico o porque:
    Há anos a "industria" pecuária invadiu o brasil, entretanto, como na época da promulgação da Lei Auréa, tal circunstancia (desenvolvimento) não atingiu os negros, e muito menos brancos, pequenos "moradores" das terras de seus senhores; ou seja, ganharam uma "liberdade" de mentira, pois como não tinham para onde ir (sustento), tiveram que "ficar", e vender a sua "força de trabalho" para os corronéis...

    Pois bem.
    Hoje (até que enfim), podemos ver nos arredores de Caxias a expansão e/ou o surgimento desta "insdustria" AGROPECUÁRIA (Exemplo: estrada caxias - são joão do sotér). TODAVIA, a mesma tem se dado de forma "desordenada", uma vez que tem extirpado a fauna, a flora, matando matas, nascentes, babaçusais, etc, ALÉM do "EXÔDO RURAL - URBANO", o que, acredito, pode ser uma das causas do desenfreado crescimento populacional da cidade de Caxias (diga-se: a maioria desempregados), ALÉM da grande SECA que assola a cidade, uma vez que o NOVO PROPRIETÁRIO não explora mais a terra como antes (trabalho humano/braçal para limpar, plantar, colher, criar, etc), uma vez que hoje, ele dispõe de 'maquinas", razão pela qual ele "NÃO QUER MAIS MORADORES" em sua "propriedade"...

    DESTE MODO, ao humilde trabalhador NÃO RESTOU TERRA, e a sua "profissão", corre o risco extinção...

    AVANTE, até mesmo os que dispoem de propriedades Rurais na Região (A exemplo de meus pais...), MAS que não detem condições financeiras para "toca-la", acabam por "desistir" da vida rural e ir morar na cidade, e os que ficam na área rural, são em "cooperativas e assentamentos" que, acredito, NÃO SE SUSTENTARÃO apenas com a "distribuição de sexta básicas, ou algum tipo de bolsa sei lá o que", pois o que essa população precisa é de uma mudança de "cultura" no quesito PRODUÇÃO, PROPRIEDADE, CRIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, etc, e isso pouco ocorre ou se tem ocorrido, a urgencia da necessidade tem ganho na lenta corrida da mudança.

    ASSIM SENDO, e tomando os exemplos acima citados, eu acredito que o CAMINHO mais rápido, seria "INCENTIVAR" aqueles que tem uma pequena propriedade em fazer uma PARCERIA com o Estado para a "PRODUÇÃO", especificamente, de graões/alimentos, como exemplo: O proprietário "cederia" uma parte de sua propriedade com tamanho médio de 25hec, para que o Estado nela construisse e administrasse por um determinado ano (5, 7, ou 10 anos), através da SAF/AGERD/PROPRIETÁRIO, e mais 30 familias (maior a área, maior as familias), uma área "AGRÍCOLA", onde nela, estes construiriram um "pivo de irrigação", sendo que TODA A COLHEITA seria "PARTILHADA" entre os "trabalhadores", cabendo a SAF/AGERD e ao proprietário, um percentual de 20% da produção total.

    O restante, ficariam com os demais trabalhadores rurais. Isso, eu acredito, propriciaria uma produção/graõs e consequente sustento/renda, e fixação daquele povo na área rural.

    Ao final do ano do "termo de parceria" com o Estado, o Proprietário poderia exercer o direito de comprar do Estado, TODO O MAQUINÁRIO utilizado na produção, desde que mantivesse, pelo mesmo prazo, o "direito dos demais trabalhadores".

    Bem, é apenas minha opnião.
    Se alguém do Estado ler esse meu comentário, e quiser mais esclarecimentos, seguem meus contatos abaixo.
    Por fim, aos conspícuos municipes, presidente de sindicatos, e o nobre Secretário Agricultura Familiar do Estado do Maranhão, meus sinceros parabéns.
    Att
    DR CLEBER DA SILVA MILHOMEM. ADVOGADO. OAB/GO 33627.
    email: DrCleberAdv@hotmail.com
    (61) 99612-0649

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