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Programa Água Doce – Governo vai implantar projeto de dessalinização em 46 municípios do Maranhão

1.7.15
Para mais de cem mil pessoas, o Programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem sido uma solução para o consumo de água potável, em mais de 200 municípios brasileiros, que são afetados com a salinização de suas águas subterrâneas. No Maranhão, por iniciativa do Governo do Estado, 46 municípios que já foram identificados nessa situação, serão beneficiados pelo programa federal, que transforma água salgada em água doce para o consumo humano.

O governo do Maranhão está de parabéns pela iniciativa de incluir o estado, nas ações do Água Doce, com a visita do secretário de Agricultura Familiar, Adelmo Soares, e sua equipe, à coordenação do programa. Aguardamos agora a minuta do projeto de ações do Água Doce no Maranhão para análise do Ministério do Meio Ambiente”, disse o coordenador nacional do Água Doce, Renato Saraiva.

As regiões do Maranhão onde estão os municípios que apresentam alto teor de sal em suas águas são dos Cocais, do Baixo Parnaíba e do Sertão Maranhense, mas, segundo o geógrafo da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF), Rivas Júnior, já há diagnósticos que apontam também municípios da Baixada Maranhense, com o mesmo problema, devido ao avanço do mar na região.

Segundo o vereador Pedro Belo, que representa os municípios dos Cocais na luta pela implantação do Agua Doce no Maranhão, no povoado Quilômetro 17, município de Codó, mais de mil famílias sofrem com a presença de sal nas águas dos poços de suas casas. “A alternativa para o consumo de água potável para essas famílias é o abastecimento com carro-pipa, uma realidade difícil porque precisam comprar a água ou esperar doações”, disse Pedro.

Situação igual enfrentam 360 moradores do Projeto de Assentamento Novo Horizonte, também no município de Codó. Na área, foram perfurados sete poços e nenhum deles serve para o consumo humano. “Isso é grave para a saúde dos moradores que, na necessidade, acabam consumindo a água e por isso há muitos casos de pessoas com problemas renais”, afirma Pedro Belo.

Além de Codó, outros municípios da região como Coroatá, Peritoró e Timbiras enfrentam problemas com salinização nas águas. A situação é mais grave na comunidade Sardinha, em Timbiras.

Como funciona

O programa Água Doce funciona com dois sistemas, um para poços com vazão de até três mil litros por hora e outro para poços com vazão maior de até cinco mil litros. Para os menores, o equipamento faz a separação da água, indo a potável para chafarizes e a salgada, denominada de rejeito, para um reservatório, onde será evaporada.

No segundo sistema, chamado de unidade demonstrativa, são instalados em poços com maior vazão, onde o rejeito, em maior volume, é utilizado para a criação de peixes, que se adaptam facilmente à água salgada, e para a irrigação de plantios da atriplex, uma planta, rica em proteínas, que retém o sal e é utilizada para a fabricação de ração para animais. `”É um ciclo que gera saúde, preserva o meio ambiente e gera renda para as famílias”, frisou o secretário Adelmo Soares.

Mais IDH

Segundo o secretário Adelmo Soares, que foi a Brasília pedir a inclusão do estado no programa, a ideia inicial é instalar 150 sistemas de dessalinização no Maranhão. “O programa é fundamental para a meta do Governo do Estado de promover a melhoria da qualidade de vida de comunidades do Maranhão, que sempre estiveram à margem, excluídas de políticas públicas, e o Água Doce é importante ação pública de segurança alimentar e sustentabilidade”, ressaltou Adelmo.

Técnicos da SAF e do MMA na inauguração da unidade demonstrativa de João Câmara (RN)

Além da reunião com a coordenação em Brasília, o secretário também esteve este mês, a convite do MMA, na implantação do primeiro equipamento de dessalinização movido a energia solar, no município de João Câmara, no Rio Grande do Norte.

Secretário Adelmo Soares em visita ao Sistema de Dessalinização de João 
Câmara, no Rio Grande do Norte.

De acordo com os técnicos da SAF que avaliam os municípios afetados, dos 30 municípios atendidos pelo Plano de Ações “Mais IDH”, 14 estão entre os 46 já identificados com problemas de salinização nos poços. Além disso, 60% dos municípios estão incluídos no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). “Com ações conjuntas, da política de territórios, com o Água Doce, e do Crédito Fundiário, podemos beneficiar 1.286 famílias”, explicou o coordenador da equipe, Rivas Junior.

De acordo com o diagnóstico da equipe da SAF é necessário instalar 59 sistemas de dessalinização, 89 sistemas de recuperação de equipamentos já existentes mas não funcionam adequadamente, além de 15 unidades demonstrativas para atender os municípios que possuem maior concentração de sal e poços com maiores vazões de água. Cada sistema tem um custo médio de R$ 250 mil e a unidade demonstrativa R$ 347 mil.

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