Minha Figura

Candidata no MA, travesti vive do Bolsa Família e diz lutar por minorias

10.8.14
A postulante a deputada estadual Pâmela 
Maranhão (PT-MA) diz que é a primeira 
candidata travesti no Estado
Do UOL

Em meio a uma disputa que envolve políticos tradicionais do Maranhão e suas campanhas milionárias, a candidata a deputada estadual Pâmela Maranhão (PT-MA) tenta ser o contraste em uma região marcada pela pobreza.

Moradora de São Domingos (a 380 km de São Luís), Jackson Lima da Silva, 26, ou Pâmela Maranhão, como é conhecida, diz que é a primeira candidata travesti no Maranhão. Promete lutar pelas minorias e pela emancipação da região sul do Estado.

Sem bens e sem emprego, ela contou ao UOL que vive apenas do Bolsa Família e se autodeclara a "candidata mais pobre do Brasil". "Eu conto também com a ajuda da minha mãe, porque aqui não temos políticas públicas para os travestis. Não há interesse na causa", disse. Ao TSE, ela declarou um teto de gastos de campanha de R$ 2 milhões, mas alega ter sido "só para preencher" o formulário, já que não pretende gastar nada. Na prestação parcial de contas entregue ao TSE na semana passada, Pâmela declarou não ter feito recebido nenhuma doação de campanha.

Na última terça-feira, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão deu destaque, em seu site, à legalidade da candidatura e ao direito de usar o nome de Pâmela Maranhão na urna.

"O direito como um todo tem evoluído de acordo com as tendências sociais e a Justiça Eleitoral não pode fechar os olhos a tais circunstâncias nem ignorar o fato de que é permitido a todo cidadão, de qualquer nível social ou orientação sexual, a garantia de exercer seus direitos políticos quer como eleitor quer como candidato", afirmou o desembargador Eulálio Figueiredo, que deferiu o pedido de candidatura da petista.

Apesar da divulgação, o texto da decisão que acatou a candidatura não agradou a candidata. "Na verdade, o TRE foi retrógrado. Fui candidata como Pâmela Maranhão em 2012, e eles não disseram nada, não houve essa fala. Eles falaram como se alguém fosse ganhar usando um nome, que não tem nenhum problema", disse.

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