Minha Figura

Retorno a Bauman

19.10.13
Ver e rever Zygmunt Bauman causa no espectador, ao mesmo tempo, sensações de lucidez e de impotência face a realidade que vivemos.

Suas análises são secas e cortantes sobre a atual fase da sociedade capitalista, onde o cr...édito e o seu corolário, o consumo, deixam as pessoas com "insegurança e medo".

Você é o que compra e consome, simples assim! Com esta condição fundamental o futuro está sendo hipotecado para as gerações dos nossos filhos e dos nossos netos pagarem.

O dever moral de cuidar uns dos outros - seja pais e filhos ou esposa e esposo - foi substituído por presentes caros, adquiridos no mercado que tudo tem para vender.

Isso porque há instantânea e massivamente "tentações" midiáticas para que se consuma sempre mais e novos objetos.

As relações são líquidas, não permanentes, fluidas.

É membro da comunidade global aquele que conseguir acessar a internet (p. ex. facebook). Quanto mais tempo no face, mais prolongada essa sensação de indivíduo inserido no mundo.

Ninguém sabe o que fazer ou com quem contar.

Os governos que antes acumulavam o poder de fazer com o poder de decidir abriram mão de uma das duas em favor das multinacionais.

Bauman não se acha capaz de fazer prognósticos, mas está certo tratar-se de uma "sociedade diferente" e que uma "revolução cultural" está em curso. E, ainda, que vivemos um "interregno". Sugiro aos meus amigos que veja a entrevista de Bauman, concedida ao jornalista Silio Boccanera, na Globo News-Milenium (Disponível em: http://globotv.globo.com/globonews/milenio/t/programas/v/n os-hipotecamos-o-futuro-critica-sociologo-polones/1771422/).


Francinaldo Morais, professor de História, membro do IHGC e acadêmico de Direito.

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Real e profundo... Ricardo Leite Brugni

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